ATA DA DÉCIMA SEGUNDA
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 18-9-2013.
Aos dezoito dias do mês de
setembro do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
trinta e seis minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, Guilherme
Socias Villela, João Carlos Nedel, João Derly, Lourdes Sprenger, Luiza Neves,
Mario Fraga, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Pedro Ruas, Reginaldo
Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de quórum, o
senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e iniciada a ORDEM DO DIA.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Any Ortiz,
Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, Idenir Cecchim, Jussara Cony, Marcelo
Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila,
Professor Garcia, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Após, foi apregoado o
Ofício nº 1168/13, do senhor Prefeito, informando que se ausentará do Município
das sete horas e dezoito minutos às vinte e duas horas e quarenta e dois
minutos do dia dezenove de setembro do corrente, para participar de reunião com
o Secretário do Programa de Aceleração do Crescimento, no Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, em Brasília – DF. Em continuidade, foi aprovado
Requerimento verbal formulado pelo vereador Clàudio Janta, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em
prosseguimento, foram apregoadas as Emendas nos 01, 02 e 03 ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/13 (Processo nº 1699/13), de
autoria, respectivamente, dos vereadores Airto Ferronato, Líder da Bancada do
PSB, Clàudio Janta, 1º Vice-Líder da Bancada do PDT, e Alberto Kopittke, 1º
Vice-Líder da Bancada do PT. Também, foi apregoado Requerimento de autoria da
vereadora Sofia Cavedon, deferido pelo senhor Presidente, solicitando votação
em destaque da Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 005/13. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado
o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/13 (Processo nº 1699/13),
após ser discutido pelos vereadores Alberto Kopittke, Fernanda Melchionna,
Airto Ferronato, Any Ortiz, Márcio Bins Ely, Mônica Leal, João Derly, Sofia
Cavedon, Valter Nagelstein, Mauro Pinheiro, Clàudio Janta, Jussara Cony, Alceu
Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel e Mario
Fraga. Durante
a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/13, o vereador
Paulinho Motorista cedeu seu tempo de discussão ao vereador Airto Ferronato. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 03 aposta ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/13, por trinta votos SIM, após
ser encaminhada à votação pela vereadora Sofia Cavedon e pelo vereador Alberto
Kopittke, em votação nominal solicitada pelo vereador Pedro Ruas, tendo votado
os vereadores Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago,
Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, João Derly, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Luiza
Neves, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Paulinho Motorista, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol,
Séfora Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein. Foi
aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
005/13, por vinte e dois votos SIM, dois votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, em
votação nominal solicitada pelo vereador Pedro Ruas e pela vereadora Fernanda
Melchionna, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha,
Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr.
Thiago, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos
Nedel, João Derly, Jussara Cony, Luiza Neves, Márcio Bins Ely, Mario Fraga,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Séfora Mota, Tarciso Flecha
Negra e Valter Nagelstein, votado Não a vereadora Fernanda Melchionna e o
vereador Pedro Ruas e optado pela Abstenção os vereadores Alberto Kopittke,
Lourdes Sprenger, Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon. Foi rejeitada a Emenda nº 02
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/13, por dezessete
votos SIM, oito votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo
vereador Pedro Ruas, tendo votado Sim os vereadores Alberto Kopittke,
Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Fernanda
Melchionna, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Luiza Neves, Márcio Bins Ely, Mario
Fraga, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Pedro Ruas, Sofia
Cavedon e Tarciso Flecha Negra, votado Não os vereadores Airto Ferronato,
Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel,
João Derly, Mônica Leal e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção o vereador
Idenir Cecchim e a vereadora Séfora Mota. Em
prosseguimento, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Clàudio
Janta, solicitando renovação da votação da Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 005/13. A seguir, foi rejeitado Requerimento de
autoria do vereador Clàudio Janta, solicitando o adiamento, por duas Sessões,
da votação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/13 (Processo nº
1699/13), por onze votos SIM e dezessete votos NÃO, após ser encaminhado à
votação pelos vereadores Fernanda Melchionna, Pedro Ruas e Jussara Cony, em
votação nominal solicitada por vários vereadores, tendo votado Sim os
vereadores Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, Fernanda Melchionna, João Derly, Jussara Cony,
Paulinho Motorista, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra e Não os
vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Cassio Trogildo, Elizandro Sabino,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger,
Luiza Neves, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Professor Garcia, Séfora Mota e Valter Nagelstein. Foi aprovado o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/13, por vinte e nove votos SIM
e dois votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos vereadores Guilherme
Socias Villela, Alberto Kopittke, Jussara Cony e João Carlos Nedel, em votação
nominal solicitada por diversos vereadores, tendo votado Sim os vereadores
Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Bernardino
Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, este com
Declaração de Voto, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela,
Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, João Derly, Jussara Cony, Lourdes Sprenger,
Luiza Neves, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Paulinho Motorista, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Mota,
Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein e Não a vereadora
Fernanda Melchionna e o vereador Pedro Ruas. Após, foi aprovado Requerimento de
autoria do vereador Valter Nagelstein, solicitando o adiamento, por duas
Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 102/13 (Processo nº 1176/13).
Em Renovação de Votação, foi aprovado o Requerimento nº 160/13 (Processo nº
2554/13), por onze votos SIM e sete votos NÃO, após ser encaminhado à votação
pelos vereadores Dr. Thiago, Professor Garcia, Jussara Cony, Alberto Kopittke,
Valter Nagelstein, Mônica Leal e Fernanda Melchionna, em votação nominal
solicitada pelo vereador Mario Fraga, tendo votado Sim os vereadores Airto
Ferronato, Alberto Kopittke, Delegado Cleiton, Fernanda Melchionna, João Derly,
Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas e
Waldir Canal e Não os vereadores Clàudio Janta, este com Declaração de Voto,
Dr. Thiago, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Mônica
Leal e Professor Garcia. Às
dezoito horas e vinte e oito minutos, constatada a inexistência de quórum
deliberativo, em verificação solicitada pelo vereador Idenir Cecchim, o senhor
Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o vereador Mario Fraga. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 05,
de autoria do vereador João Carlos Nedel, Líder da Bancada do PP, ao
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 038/12 (Processo nº
2156/12). Ainda, foi apregoado o Memorando nº 006/13, de autoria dos vereadores
Alceu Brasinha, Cassio Trogildo, Elizandro Sabino e Paulo Brum, informando que
os vereadores Cassio Trogildo, Alceu Brasinha e Elizandro Sabino passam a
assumir, respectivamente, como Líder e 1º e 2º Vice-Líderes da Bancada do PTB
neste Legislativo. Durante a Sessão, os vereadores Valter Nagelstein, Fernanda
Melchionna, Airto Ferronato, Jussara Cony, Bernardino Vendruscolo, Sofia
Cavedon, Dr. Thiago e Alberto Kopittke manifestaram-se acerca de assuntos
diversos. Às dezoito horas e trinta e seis minutos, o senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
vereadores Dr. Thiago e Bernardino Vendruscolo e secretariados pelo vereador
João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Apregoo Ofício nº 1.168/13, encaminhado pelo Sr.
Prefeito. (Lê.): “Sr. Presidente, cumprimentando-o, cordialmente, comunico a V.
Exa. e demais Edis, conforme prevê a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre,
que me ausentarei do Município das 7h18min às 22h42min do dia 19.09.2013, para
participar de reunião com o Secretário do Programa de Aceleração do
Crescimento, Sr. Maurício Muniz, no Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão, que terá por pauta o ‘PAC Mobilidade – Prefeitura Municipal de Porto
Alegre’. O ônus para o Executivo será de uma passagem aérea para o trecho
POA/BSB/POA e a cessão de ½ (meia) diária. Registro, por oportuno, que o Sr.
Vice-Prefeito, Sebastião Melo, responderá pelo Executivo na minha ausência.
Atenciosamente, Prefeito José Fortunati.”
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 14h37min): Havendo quórum, passamos à Ordem do Dia.
O SR. CLÀUDIO JANTA (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito a inversão da ordem da priorização da votação, para que
possamos, imediatamente, passar à discussão e votação do PLCE nº 005/13. Após,
retornaremos à ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): É o Projeto
de Lei que estabelece medidas de incentivo e apoio à inovação e à pesquisa
científica e tecnológica no ambiente empresarial, acadêmico e social no
Município de Porto Alegre e dá outras providências.
Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 1699/13 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 005/13, que estabelece medidas de incentivo e
apoio à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente empresarial,
acadêmico e social no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Valter Nagelstein: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82,
§ 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 09-09-13 por força do art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão o
PLCE nº 005/13. (Pausa.) O Ver. Alberto
Kopittke está com a palavra para discutir o PLCE nº 005/13.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, boa-tarde
a todos e a todas; Presidente Dr. Thiago; a todos que nos assistem aqui pela
TVCâmara, abrimos a nossa Ordem do Dia discutindo um projeto do Poder
Executivo, da Administração Municipal, a chamada Lei de Inovação Tecnológica, e
venho aqui a esta tribuna exatamente pelo compromisso que sempre firmei aqui,
de fazer uma discussão propositiva, construtiva para nossa Cidade, independente
de questões de oposição ou situação; de fazer a discussão dos temas que são
importantes para a Cidade, somando, efetivamente, esforços para construir a
Cidade que todos nós sonhamos. Venho, há alguns meses, dialogando com a
Secretária Deborah que se encontra aqui, do Gabinete de Inovação da Prefeitura,
com que tive a oportunidade de discutir, inclusive, numa missão da qual esta
Casa participou com outros três Vereadores – Nedel, Cecchim, Valter – e eu. Fomos a São
Francisco, com um conjunto de empresários da área de Inovação Tecnológica, onde
discutimos exatamente a importância desse tema. Ainda nesta semana, tivemos um
grande Seminário com alguns especialistas do Vale do Silício, aqui na Cidade,
buscando fomentar e discutir como Porto Alegre pode dar esse grande salto. Nós
que já temos aqui importantes universidades, temos uma malha de fibra ótica,
temos indústrias importantes em vários segmentos, como a área da saúde, a área
da aviação, e inúmeras áreas da nossa Cidade já vêm aplicando, de forma
incisiva, a inovação tecnológica. Mas isso não basta. É o momento de nós realmente
decidirmos se nós vamos, na Porto Alegre do século XXI, dar um salto para a
tecnologia, para a nova economia, transformar a base produtiva da nossa Cidade
para esses milhares de jovens que estão saindo das universidades. Nós que já
somos, segundo estudo da própria FIESP, Secretária, a segunda Cidade com a
maior economia criativa do Brasil. O estudo estimou que 3% da economia de Porto
Alegre hoje já se encontra baseada nessa chamada nova economia criativa: design, aplicativos, softwares, jogos, utilização intensiva
desse tipo de produto da terceira revolução industrial. E é nesse sentido que
eu venho aqui saudar a iniciativa; independente de o projeto ser do Executivo
Municipal, eu acho que ele é muito mais do que isso; ele é fruto do próprio
Conselho Municipal de Inovação, que reúne o Tecnopuc, a UFRGS, a própria
Unisinos também – apesar de não ser em Porto Alegre, é um polo importante e
também participa dessa discussão –, que veio gestando exatamente um mecanismo
de impulsionar a vinda de empresas de alta tecnologia aqui para a nossa Cidade,
a formação de parques tecnológicos, condomínios tecnológicos, tudo aquilo que
as cidades que efetivamente querem disputar a economia do século XXI têm
apresentado.
Então, eu saúdo – e como parlamentar falo individualmente
neste momento – a chegada deste projeto. Ele prevê a criação do Fundo Municipal
de Inovação Tecnológica, que será gerido de forma partilhada com membros do
Poder Executivo Municipal e do Conselho Municipal de Inovação. Portanto, ele
tem controle social, o que eu acho fundamental. Inúmeros desafios surgem a
partir dessa lei, principalmente não banalizar os estímulos e incentivos que
ela cria, como, por exemplo, na isenção de IPTU, de ISS, de taxas. Nós não
podemos banalizar e nem deixar que a política influencie nesses benefícios; que
efetivamente sirva para aquilo que a lei corretamente aponta: empresas que
agreguem inovação efetiva e empregos. É isso que precisamos na nossa Cidade. É
isso que vários jovens, que várias startups,
é o nome que se dá internacionalmente, que são empresas que começam a sua
caminhada e de qualquer uma delas pode surgir a próxima inovação que pode mudar
a Cidade, o Estado, o Brasil ou o mundo. É isso que precisamos para a nossa
Cidade. Deixo aqui um apelo para os colegas para que possamos, o mais breve
possível, Presidente, votar e criar a nossa Frente Parlamentar pela Inovação
Tecnológica, que apresentamos de forma conjunta, aqui estão os Vereadores que
estiveram nessa missão, inclusive para fazer o acompanhamento da implantação
desse importante instrumento. Ainda comento que, no início de outubro, vou
promover um debate, Presidente, porque acredito que esta Casa pode se inserir
aqui – desde que nós tomemos uma decisão muito importante –, e eu acho que isso
pode deixar a Câmara de Porto Alegre em um protagonismo com essa nova cidade
que queremos construir, que é incorporar em um processo deliberativo da Câmara
essas ferramentas tecnológicas e aproximar o cidadão da cidade do nosso
processo parlamentar. No início de outubro, nós vamos promover um debate também
sobre como a democracia pode se reestruturar, e eu estarei apresentando sete
propostas, projetos de lei que vêm nesse sentido. Eu já debati isso no tema dos
táxis. Daí a importância de abrirmos os dados para a utilização dos cidadãos da
nossa Cidade. Então, é um tema importantíssimo e eu realmente espero que seja
levado a sério. Inclusive, uma emenda minha ao PPA, que foi aprovada aqui pelos
colegas, previu exatamente R$ 2 milhões para a implantação desse tipo de
instrumento de dados abertos. Então, saúdo este projeto de lei e que ele,
efetivamente, sirva com muita atenção, com a transparência que a nossa Cidade
precisa, eu estou aqui tomando a liberdade de deixar outros problemas que nós
temos na Casa, como o caso da Procempa, que, obviamente, vai na contramão disso
tudo que eu falei. Mas estou deixando isso de lado para que possamos fazer uma
discussão profunda e correta sobre este importante tema da inovação para a
nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Apregoo a Emenda nº 01, de autoria do Ver. Airto
Ferronato, ao PLCE nº 005/13.
Quero dizer ao Ver. Alberto Kopittke, que nos
estimulou nesse sentido, que estamos num processo legislativo de um instrumento
de cocriação de leis. E isso, assim que tivermos possibilidade de darmos esse start, nós informaremos a todos os
Vereadores sobre essa oportunidade de utilização de mais essa ferramenta pelo
nosso corpo de Vereadores.
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
discutir o PLCE nº 005/13.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, eu, na verdade, queria falar de
dois temas em relação a esse projeto. Primeiro, que havia um projeto anterior
que tramitava na Casa em relação às áreas de inovação tecnológica, que foi feita
uma série de reuniões, porque aplicava uma verdadeira mancha na cidade de Porto
Alegre, colocando que uma série de bairros da nossa Cidade pudesse ter, pelo
seu Plano Diretor, o seu regime urbanístico modificado a partir daquele
projeto. Aquele projeto foi retirado, fruto de um amplo debate que foi feito,
em função dessa mancha na Cidade. Esse projeto é de maio de 2013 e entrou na
Ordem do Dia pelo art. 81, ou seja, Ver. Pedro Ruas, não passou sequer pelas
Comissões Especiais da Casa. A CUTHAB, por exemplo, que discute urbanismo, não
tratou deste projeto! E ele trata do Plano Diretor da nossa Cidade. A CECE, que
discute cultura, que discute educação e inovação tecnológica, não tenho nenhuma
dúvida de que tem uma relação imbricada com educação e pesquisa,
desenvolvimento do pensamento científico, não foi ouvida sobre esse projeto,
apenas a CCJ e a CEFOR. Portanto, me parece que, no mínimo, é uma votação
açodada, sem passar pelas Comissões, ele ser apreciado na tarde de hoje. A
Prefeitura, inclusive, poderia convencer a Bancada do PSOL sobre o projeto –
não tenho nenhuma dúvida! –, fazendo como nós fizemos no ano passado aquela
audiência em que a Secretária Deborah apresentou para nós o projeto, quando
tivemos uma série de discussões profícuas, e ele não foi à tramitação em função
da compreensão da mancha no Plano Diretor da Cidade. Mas nós não podemos, sem
uma discussão maior – e nem precisam ser grandes discussões – ou, no mínimo,
uma audiência, em alguma das Comissões, em que se possam delimitar, item por item,
os objetivos; por exemplo, o incentivo às inovações. Vai a Prefeitura Municipal
abrir mão total ou parcialmente do Imposto por Transmissão de Bens Imóveis, do
ISSQN, da taxa de localização e fiscalização, da taxa da vigilância sanitária,
das taxas e licenças para execução de obras, como diz o projeto? Quais os
critérios para ser isenção total ou parcial? Qual o impacto financeiro de a
Prefeitura abrir mão dessa série de impostos, quando nós estamos falando de uma
crise nas finanças municipais? Porque o argumento do Executivo, para não chamar
os técnicos em enfermagem concursados, para não conceder a gratificação que foi
combinada com os trabalhadores da Governança, que vieram ontem na nossa
Comissão, é que existe uma crise financeira no Município de Porto Alegre. Porto
Alegre sangra as finanças é o argumento do comitê de política salarial. E a
isenção de impostos não vai fazer sangrar as finanças do Município? Sequer o
projeto apresenta a previsão de deixar de arrecadar esses impostos, total ou
parcialmente; não apresenta os critérios de total ou parcialmente. Vai ficar a
critério de quem definir? Do Executivo Municipal?
Nós não gostamos de cheque em branco; aliás, a
Bancada do PSOL não tem muito esse costume. Em todos os momentos em que os
projetos de lei eram verdadeiros cheques em branco para o Executivo, nós nos
posicionamos contrariamente.
E, quando se fala em Plano Diretor da Cidade, eu
acho mais grave ainda, porque a nossa Cidade tem a participação efetiva dos
movimentos sociais e das entidades que construíram, no Fórum Municipal de
Entidades, durante 2009, a discussão do Plano Diretor, Ver. Clàudio Janta.
Foram nove meses de participação das entidades. Elas foram ouvidas sobre o
projeto?
Então eu queria fazer esse requerimento. Ontem nós
tivemos uma audiência pública sobre a questão do projeto dos prédios inacabados
e nós colocamos ali a nossa contrariedade e a expectativa de que se formasse um
grupo de trabalho para discutir essa questão dos prédios inacabados e o impacto
que vai haver no entorno, porque o novo Plano Diretor permite apenas seis
andares, e o projeto discutido ontem permitirá verdadeiros espigões no Centro
Histórico da nossa Cidade, colocando em risco o Museu Júlio de Castilhos – um
grupo de trabalho para discutir os impactos. Nesse projeto – quero falar com a
Secretária Deborah –, estamos propondo uma audiência, que o Executivo venha de
novo e nos explique as alterações daquele projeto; enfim, há coisas novas, eu
vejo no próprio projeto. Não tenho dúvida de que uma reunião ou um próprio
comparecimento, para todos os Vereadores, na quinta-feira à tarde, seria um
excelente debate para a cidade. Independentemente de concordar ou discordar,
quando há democracia, quando os movimentos são consultados, quando os
Vereadores estão plenamente esclarecidos sobre cada uma das dúvidas em relação
ao projeto, ganha a cidade de Porto Alegre. Nós dizemos ao Governo, fazemos
esse requerimento: que faça a cidade de Porto Alegre ganhar e faça esse debate
sobre o referido projeto.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir o PLCE nº 005/13.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; Sras. Vereadores e Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, saudação à Sra. Deborah, que está conosco.
Preliminarmente, gostaria de dizer que o projeto está em discussão. A
Secretária Deborah esteve conosco na Comissão de Finanças e Orçamento, fez uma
exposição detalhada, ofereceu-se para participar em discussões e apresentação
do projeto em outras Comissões. Por isso nós estamos entendendo da viabilidade
que temos da aceleração do processo, até pela urgência, pela importância dele
no contexto da cidade de Porto Alegre. Trata-se da questão do incentivo à
tecnologia, à inovação tecnológica aqui na Cidade, que já é uma expressão
nacional em termos de inovação eletrônica e microeletrônica. Lembremos que nós
temos aqui, apenas para exemplificar, a Tecnopuc, a IBM, a Dell, e não podemos
esquecer que nós temos a primeira fábrica de chips da América Latina. Ontem, eu estive conversando com a Direção
da nossa Cientec e com o Secretário Urbano Schmitt, e me disse a Direção,
quando foi lá na Prefeitura conversar, que logo mais, em torno de um ano, a
fábrica de chips em Porto Alegre,
Ver. Villela, vai começar a operar com lucro. É uma notícia importante que
Porto Alegre tem, sobre microeletrônica, mais a ideia da presença dessa empresa
aqui.
Portanto, votar favorável ao projeto significa
votar favorável aos interesses da Prefeitura, muito antes, aos interesses do
cidadão e da cidadã de Porto Alegre; por que não do cidadão e da cidadã gaúcha.
Trata-se de olhar para essa característica especial que Porto Alegre tem.
Quando se fala no turismo, por exemplo, Porto
Alegre fala no turismo de negócios, no Brasil inteiro se fala assim. Quando se
fala do futebol no Rio Grande do Sul, se fala em Inter e Grêmio. Quando se fala
numa cidade com potencial que já opera em tecnologia da informação, Porto
Alegre é centro e referência nacional. Aliás, apresentei uma emenda e inclusive
conversei rapidamente com a Secretária Deborah. Nós temos a indicação
geográfica, e hoje o Rio Grande do Sul tem tradicionalmente algumas indicações;
o exemplo, Ver. Janta, é o Vale dos Vinhedos, é o couro ali na Região dos
Sinos, é o arroz ali no Litoral Norte, é o doce de Pelotas. Nós, mundialmente,
temos, por exemplo, o champanhe da França, nós temos o Vinho do Porto, nós
temos o Vale do Silício lá nos Estados Unidos – aqui já foi dito bastante, foi
conversado sobre isso. A indicação geográfica tem o papel de incentivar a
formação de uma cadeia de produção. Por isso, nós estamos aqui propondo uma
Emenda, que diz o seguinte: (Lê.): “O Poder Executivo definirá região e
critérios para encaminhamento da Indicação Geográfica com vistas a incentivar medidas
para a criação, em Porto Alegre, da prestação de serviços e negócios
inteligentes nos setores de inovação, eletrônica e microeletrônica.” Porto
alegre, repito, nós somos referência em termos nacionais, e, se nós criarmos
uma indicação geográfica, que é uma iniciativa da iniciativa privada, de pedir
essa indicação geográfica, Porto Alegre já é e será reconhecida nacional e
internacionalmente como uma área, um polo, um Município, uma cidade que já tem
negócios e serviços inteligentes na área de eletrônica, inovação e
microeletrônica e é potencialmente favorável que eles aqui se instalem.
Portanto, estamos pedindo para que se vote favoravelmente ao Projeto e à
Emenda. Um abraço, obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Any Ortiz está com a palavra para discutir
o PLCE nº 005/13.
A SRA. ANY
ORTIZ: Boa-tarde, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras. Eu venho aqui para
parabenizar a Secretária Deborah do Inovapoa por esse projeto que propôs esta
lei municipal de inovação. Porto Alegre é considerada uma referência nacional e
internacional em inovação. Venho aqui pontuar algumas coisas. Atualmente, o
nosso nível de desemprego está estabilizado, mas nós precisamos buscar a
qualificação desses empregos, e essa é uma grande oportunidade, não só para uma
qualificação da mão de obra, mas por uma qualificação salarial também. Sabe-se
que um dos grandes pilares da economia mundial são a tecnologia e as pesquisas
científicas. Porto Alegre se posicionar como um polo dentro desse cenário mundial
é importantíssimo para nossa Cidade. Além de gerar desenvolvimento, o incentivo
garante também que as pessoas dessa área não precisem sair da Cidade. Nós
sabemos também que Porto Alegre é um grande exportador de mão de obra. As
nossas grandes cabeças, as pessoas que são muito boas no desenvolvimento dessas
tecnologias, muitas vezes, acabam saindo de Porto Alegre ou, até mesmo, saindo
do País para exercer sua profissão e ter um reconhecimento merecido. Além do
que citou o colega Airto Ferronato, da Tecnopuc, IBM e Dell, além dessas
empresas de tecnologia, nós temos também as empresas digitais que estão ligadas
a essa tecnologia com a formação de aplicativos e de outras, dessa tendência
tecnológica que nos leva a desenvolver outros mecanismos, muitas vezes, de
participação, que é o que eu busco sempre, da população com os mandatos, da
população com a Câmara de Vereadores, com o Executivo e com o Legislativo da
Cidade.
Eu também gostaria de deixar registrado que, nesse
ramo digital, Porto Alegre hoje tem aqui na sua sede, a maior agência digital
independente do Brasil, a sede ainda é Porto Alegre. E por que essa empresa vai
continuar em Porto Alegre, tendo seus grandes clientes fora daqui? Precisamos,
sim, incentivar – parabéns, Secretária, parabéns ao Inovapoa –, buscar o
reconhecimento para a nossa Cidade e investir em tecnologia são questões
fundamentais. Todas as pesquisas são importantes; é primordial a qualificação
da nossa mão de obra e a valorização das pessoas que trabalham com pesquisa,
com tecnologia, que são daqui do Sul e devem ficar aqui em Porto Alegre. Muito
obrigada. O PPS apoia totalmente este projeto.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para
discutir o PLCE nº 005/13.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Presidente Dr. Thiago, na pessoa de V. Exa. quero cumprimentar os demais
Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste nas galerias, pela TVCâmara,
senhoras e senhores, venho a esta tribuna para discutir e debater este Projeto
do nosso Governo; quero cumprimentar o Prefeito e toda a equipe, na pessoa da
Secretária Deborah Pilla Villela, pela coragem de estar implementando e
propondo avanços na área da Ciência e Tecnologia na nossa Cidade.
Casualmente, na semana passada fiz um discurso
desta tribuna, em liderança pelo PDT, meu Partido, falando um pouquinho a
respeito dessa situação da ciência e tecnologia, do incentivo à tecnologia.
Essa realidade que, infelizmente, não só Porto Alegre ou o Rio Grande do Sul,
mas o nosso País enfrenta de nós termos cerca de 80% das vagas nas
universidades proporcionadas às áreas das Ciências Humanas. Mas, na realidade,
para que possamos transformar o nosso País, nós precisamos ter físicos,
químicos, matemáticos, engenheiros, precisamos mudar um pouco essa lógica,
porque, na verdade, o que tem acontecido aqui, Ver. Clàudio Janta? Os nossos
empresários vão para a China nessas expedições; saem empresários e voltam
importadores. Então não é possível que Porto Alegre não tenha uma política
propositiva e de resultado à favor da implementação de ciência, de tecnologia.
Como muito bem falou o nosso Líder do Governo, nós
temos aqui o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada – Ceitec,
como muito bem falou o Líder do Governo. Há inclusive um triângulo tecnológico
entre o Ceitec, a UFRGS e a PUC. Nós propusemos em conjunto com o Conselho
Municipal de Ciência e Tecnologia, junto com o Inovapoa, ainda na gestão em que
estive frente à Secretaria do Planejamento, uma demarcação de uma região de
potencial tecnológico em Porto Alegre. E que bom que estamos conseguindo
avançar, estamos dando um passo à frente! E eu fico surpreso, Ver.ª Luiza,
quando se fala aqui em incentivo e apoio à inovação e à pesquisa científica e
tecnológica! E alguém pode vir a esta tribuna e ser contra. Nos dias de hoje,
como alguém pode ser contra o incentivo e apoio à inovação e à pesquisa
científica e tecnológica? Mas nós já estamos atrasados! Podem olhar aqui para
os nossos vizinhos: o Chile, a Índia, a Coreia do Sul. Não, eu preciso aqui
fazer essa reflexão, porque eu não posso concordar que um Projeto que está aqui
há quase meio ano na Casa, que passou pela CCJ, passou pela CEFOR... É óbvio
que precisamos de uma política pública de resultado, propositiva. Neste
momento, nós temos que marcar, demonstrar que o nosso Governo, que a nossa
Cidade está preocupada com a inovação, com a tecnologia, com novas
alternativas, com a geração de emprego e renda.
Hoje está comprovado, Ver. Paulinho Brum, que um
dos setores da economia que mais bem paga, que inclusive, tem uma relação
direta com a questão ambiental, porque polui pouco ou quase não polui, é o
setor da economia que trabalha com inovação; é o setor da sociedade que
proporciona bons salários, que vai atrair emprego e renda para Porto Alegre.
Como é que não vamos incentivar esse tipo de
empreendimento, esse tipo de oportunidade que traz para a nossa Cidade toda
essa questão que envolve a ciência e tecnologia? Como é que vamos ficar fora
desse processo todo? E aí a gente vê o iphone
6, os android, os tablets, as coisas estão acontecendo, e
nós em Porto Alegre vamos dizer não ao incentivo, ao apoio, inovação e à
pesquisa, ciência e tecnologia? Será que é isso que nós queremos, Ver.ª Mônica
Leal? Ou nós vamos dizer sim. Vamos dizer: não, no nosso Governo ciência e
tecnologia é prioridade. Nós queremos transformar o Inovapoa, queremos
transformar essa realidade, trazer empresas para a Cidade que gerem emprego e
renda, que tragam e agreguem tecnologia, que proporcionem que Porto Alegre dê
um passo à frente. Inclusive alguns Vereadores, Presidente Thiago, no semestre
passado, estiveram visitando aquela região do Vale do Silício, próspera, junto
com o Prefeito, para ver se conseguiam trazer novos investimentos para a
Cidade. E como é que vamos ser contra?
Então,
eu quero aqui, de maneira muito contundente, manifestar-me aqui nesse espaço
que me é reservado como Vereador, mas depois, se precisar encaminhar também vou
encaminhar na condição de líder da Bancada do meu Partido, a favor desse
Projeto, porque entendo que esse Projeto, não só é importante, como é
necessário. Eu até considero que nós estamos fazendo ele a um bom tempo, mas se
nós esperarmos, nós vamos estar nos atrasando dentro desse processo.
Realmente, eu quero louvar a presença da Secretária
Deborah, que nos acompanha aqui na Sessão, fazer essa intervenção com a
convicção de que a Cidade está no caminho certo, rumo à ciência, à tecnologia, à prosperidade, ao diálogo com o futuro, dialogando com
o amanhã, garantindo, quem sabe, a melhoria na qualidade de vida das futuras
gerações a partir de projetos arrojados como esse que está sendo debatido na
Casa nesta tarde. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª
Mônica Leal está com a palavra para discutir o PLCE nº 005/13.
A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver.
Dr. Thiago, como eu sofro do mal da necessidade de esclarecer, sou muito “preto
no branco”, eu não entendi a posição da Ver.ª Fernanda, que preside a Comissão,
da qual tenho muita honra de fazer parte, porque alguns aspectos me chamaram a
atenção. Primeiro, ela disse que esse projeto não foi discutido, que deveria
ser amplamente discutido, que é importante, e aí eu me pego então surpresa,
porque, que eu saiba, ele foi muito discutido, e foi discutido pela FIERGS,
pelas universidades PUCRS e UFRGS, pela Federasul... Quer dizer, não faltou
debate, e com instituições que nos interessam, porque é justamente a grande
preocupação na cidade de Porto Alegre e, por que não dizer, do Rio Grande do
Sul inteiro! É a capacitação, é a inovação...
Ora, por favor, vamos
aqui falar de isenção. Vamos puxar um exemplo da minha época de Secretária
Estadual de Cultura. Com a isenção, se perde de um lado e se ganha de outro!
Vou citar um exemplo para os senhores e senhoras aqui. Quando eu fui Secretária
da Cultura, havia a renúncia fiscal, de 0,5% do Estado, que se colocava nos
projetos culturais, e eles eram importantíssimos para a Cidade, para movimentar
a economia, para a capacitação. O mesmo eu falo aqui. Se perde de um lado... Eu
fui empresária durante 15 anos. A gente perde de um lado e ganha do outro! O
Governo Municipal estará capacitando pessoas. Ora, nós temos grandes problemas
nessas áreas! Eu vou chamar atenção aqui: apoiar a interação entre empresas,
governos e instituições, um dos objetivos do projeto; adotar práticas de
inovação aberta de inteligência coletiva como estratégia para maior
participação da sociedade – esta é uma grande lacuna, nós sabemos disso;
incentivar a expansão dos empreendimentos existentes no Município de Porto
Alegre; utilizar mecanismos financeiros e tributários como estratégias;
conscientizar o cidadão para as boas práticas da gestão ambiental; encorajar a
formação e qualificação da mão de obra – este aqui, eu tenho vontade de ler três,
quatro vezes; estimular o desenvolvimento de pesquisa tecnológica.
Agora, Ver.ª Fernanda
Melchionna, sobre esta questão da isenção, este é um outro momento. A senhora
falou que não existem critérios para a isenção de impostos, taxas, por exemplo.
Ora, esse é um outro projeto que virá a esta Casa. Esse valor será definido num
outro projeto, num segundo momento. Agora, nós estamos aqui discutindo e
querendo que seja votado e aprovado um projeto que Porto Alegre carece há muito
tempo e que é de extrema importância para a capacitação e o desenvolvimento da
Cidade. Obrigada.
(Revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. João
Derly está com a palavra para discutir o PLCE nº 005/13.
O SR. JOÃO DERLY: Sr. Presidente e
demais Vereadores, público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara,
gostaria, primeiramente, de saudar a iniciativa da Secretária Deborah Villela,
Coordenadora-Geral do Inovapoa, porque nós, do PCdoB, Bancada composta por mim
e pela Ver.ª Jussara Cony, no nosso plano de governo, em 2012, com a
candidatura da Deputada Manuela D’Ávila, já falávamos do potencial inovador da
nossa Cidade. Segundo a Fecomércio de São Paulo, a segunda capital com maior
potencial criativo é Porto Alegre, atrás apenas de São Paulo. No entanto, as
iniciativas da nossa Cidade são tímidas. Por exemplo, Recife, que ocupa o
décimo lugar, aproveita melhor esse potencial, porque tem mais políticas de
fomento à inovação, especialmente em parcerias com os parques tecnológicos e
incubadoras. Vejo essa timidez e, talvez, a falta de convicção, às vezes, da
nossa Cidade, do nosso Executivo de estar aproveitando um pouco mais a nossa
tecnologia, os nossos estudos, pois temos grandes universidades e centros para
potencializar isso.
O decreto regulamentador deve ser criterioso na
concessão de benefícios fiscais e financeiros de forma a incentivar os nossos
jovens a criarem e as nossas universidade e centros de ensino a serem grandes
laboratórios. Acho que esse é o caminho e, no decreto regulamentador, isso tem
que ser bem visto para que realmente surta efeito.
Por nossa convicção
do potencial dos nossos jovens e da capacidade das nossas universidades, somos
favoráveis ao projeto, sobretudo porque sabemos da importância de usar a
tecnologia a favor da nossa Cidade. Então, declaramos o nosso voto a favor,
sabendo da necessidade que temos de apostar em tecnologia para sanar, resolver
os problemas que temos dentro da nossa Cidade. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 005/13.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, em primeiro lugar, quero concordar com a insatisfação da Ver.ª
Fernanda Melchionna e dizer que eu tenho gostado, Ver.ª Mônica Leal, da outra
estratégia usada quando se quer acelerar um projeto, que é a estratégia de
fazermos Reunião Conjunta das Comissões, pois, pelo menos desta maneira, todos
nós, em plenário, preparamos o debate de um projeto para a efetiva votação em
plenário. Essa modalidade tem sido muito interessante e profícua. O que
acontece quando se usa o art. 81? Subtrai-se de algumas Comissões a
possibilidade de fazer o debate. Então, nesse caso, na nossa Comissão de
Educação, Cultura, Esporte, Lazer e Juventude – CECE, nós não pudemos fazer o debate
sobre o projeto e outras Comissões também não. Quero dizer que inclusive eu
continuo apostando na Reunião Conjunta das Comissões porque acho, sim, que há
temas que não precisam ficar tramitando cinco, seis meses, oito meses, ou
parado em alguma Comissão, como há alguns projetos meus que preciso vigiar,
senão eles dormem nas Comissões, Ver. Pedro Ruas. É impressionante!
Sobre o tema do incentivo à tecnologia e pesquisa,
quero aqui reconhecer que o nosso Ver. Alberto Kopittke tem acompanhado mais
este tema. Nós achamos, sim, que a Cidade precisa ter um olhar para os
empreendedores que querem investir na inovação, criar soluções. Vou dar um
exemplo: as marrequinhas da represa da Lomba do Sabão; não há em Porto Alegre e
no Rio Grande do Sul, que se saiba, uma tecnologia para enfrentar um problemão
que atinge a Vila Herdeiros, que traz gastos imensos para o DEP, para todas as
Secretarias Municipais, e invade casas porque ela não consegue... É uma
acrófita que não tem tecnologia – a não ser um picador caríssimo que Brasília
hoje em dia adquiriu – sustentável para reduzir a proliferação e proteger
nossos aquíferos. Este é um empreendimento que tem que ter incentivo na
pesquisa, no desenvolvimento de algum instrumento para solucionar questões da
cidade de Porto Alegre, gravíssimas como esta. Participei de uma reunião onde
batíamos cabeça, agora nesta semana, porque não há solução nenhuma. Pensava-se,
quem sabe, em um cabo de aço; quem sabe, isso; quem sabe, aquilo; e eu pensava:
nossa! este é um belo tema de pesquisa para as universidades, para a tecnologia
ou para empresas de tecnologia. Então acho que a lei, nos seus objetivos, diz
isso, fala que a prioridade é uma ciência e tecnologia social economicamente
viável, socialmente justa, ambientalmente sustentável, a partir de iniciativas
governamentais ou parcerias, etc, uma série de outros critérios, conceitos, e o
incentivo, minha preocupação, e aí nossa Bancada discutiu, está construindo
agora, Ver.ª Fernanda, em plenário, porque acho que incentivos em que o único
critério ou o único a decidir sobre eles, Ver.ª Mônica, seja o Executivo, e
acho que é um cheque em branco. Acho que temos o Conselho de Ciência e
Tecnologia em Porto Alegre, a gente está aqui com o Eduardo Peres, que é o
Vice-Presidente do Conselho – seja bem-vindo –, com o Fritsch, que é da
Associação Software Livre, sabem, apoiam e acham que é importante; mas nós
queremos e estamos sugerindo ao conjunto dos Vereadores e à Secretária Deborah,
a quem quero parabenizar, que os incentivos às áreas de interesse tecnológico
passem pelo Conselho, por uma análise do Conselho, por parecer do Conselho
Municipal de Ciência e Tecnologia. Exatamente para termos mais um fórum, mais
uma instância que diga que se é válida ou não, Secretária e ex-Secretário, a
concessão de determinado incentivo, para errarmos menos, para gastarmos
dinheiro público com mais preciosismo, com uma maior eficácia, com uma aposta
de que dê certo. E sugerimos também, Ver.ª Mônica, prazo para esse incentivo.
Então, estamos sugerindo, em Emenda, que se dê um incentivo por três anos,
prorrogáveis por mais três, a partir também da análise dos resultados, do
momento do processo que está aquela empresa, ao Conselho e o Governo também.
Então, assina toda a Bancada do PT, o Ver. Kopittke, o Ver. Mauro e o Ver.
Sgarbossa.
A Sra. Mônica Leal: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Sofia, só para esclarecimento, a
equipe da Inovapoa esteve no seu gabinete procurando pela senhora, que não
estava, com o objetivo de solicitar a apresentação na Comissão. Falou inclusive
com Néli, está aqui o telefone, e ficou aguardando um retorno para que isso
fosse efetivado, mas não recebeu. Também me informaram há pouco que conversaram
com o Ver. Cleiton, que é o Presidente da outra Comissão, e a mesma coisa
ocorreu. Quer dizer que procuraram as duas pessoas, os gabinetes, com essa
intenção. Obrigada.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Está bem, Ver.ª
Mônica. Eu sei, eu lembro, e lamentamos não ter feito essa reunião, o que não
suprime, com certeza, a tramitação nas Comissões e possivelmente em Comissões
Conjuntas, que fazem um bom debate que precede o momento da votação.
É uma boa iniciativa.
O que nós esperamos é que, de fato, ela seja tratada com muita rigorosidade,
com muita seriedade e com o empoderamento popular, com o empoderamento da
cidadania. Por isso, nós votaremos e queremos construir um acordo para que o
Conselho de Inovação Tecnológica de Porto Alegre possa ser um partícipe atuante
nesse caminho de incentivo que a lei propõe.
A Sra. Fernanda Melchionna: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu queria cumprimentá-la, Ver.ª
Sofia, pelo pronunciamento. Apenas para registrar e para conhecimento da Ver.ª
Mônica e da Secretaria que ninguém bateu à porta do gabinete desta Vereadora e
nem do gabinete do Ver. Pedro Ruas querendo discutir o Projeto.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Presidente, eu
encerro dizendo que este Plenário seja profícuo neste momento e que vote uma
excelente lei com as contribuições deste Legislativo.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Apregoo a
Emenda nº 02, de autoria do Ver. Clàudio Janta, ao PLCE nº 005/13.(Pausa.) O
Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para discutir o PLCE nº 005/13.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, eu quero cumprimentar a Secretária Deborah Villela; quero
saudar as nossas galerias, o meu companheiro Müller, que lá está; quero
cumprimentar o Marco Poli; cumprimento o Martinelli pelo prêmio internacional
que recebeu reconhecendo o seu talento e a sua capacidade. Senhores Vereadores
e Sras. Vereadoras, nós, Ver. Bernardino, Ver.ª Luiza, Ver. Cassio, Ver. Brum,
Ver. Brasinha, Ver.ª Mônica, estamos diante de um daqueles momentos cruciais
desta Câmara, Ver. Nedel, Ver.ª Séfora. Ver. João Carlos Nedel, eu estava
dizendo que nós estamos diante daqueles momentos cruciais da nossa Câmara.
Sabemos que nas casas legislativas há aquele procedimento, Ver. Pujol, de
muitas vezes se tirar foto, o print
da votação. Eu acho que hoje é um dia importante de se fazer o print da votação, porque hoje nós estamos aqui
discutindo algo que é estratégico para o futuro da Cidade. Eu fui candidato,
com muita honra, pelo Partido da Ver.ª Any, ainda, em 2000, a Prefeito de Porto
Alegre; já se vão longínquos 13 anos, Ver.ª Jussara. Já naquela época, nós
tínhamos bolado um conceito de uma campanha matrix, aquele filme que... e um
pouco da alegoria da caverna também. Mas nós tínhamos visto que só tem uma
saída para Porto Alegre, o que se confirma hoje, Ver. Alberto Kopittke, que é
nós transformarmos Porto Alegre na capital brasileira da alta tecnologia.
Atrairmos para cá empresas de prestação de serviços de alta tecnologia,
empresas de informática, Professor Newton Braga Rosa, me perdoe, minhas escusas
por não tê-lo citado, nosso ex-Secretário, colega Vereador, responsável por
isso, professor desta matéria, entusiasta, conhecido, acadêmico. Nós só temos
um caminho, Ver. Clàudio Janta, Ver.ª Lourdes Sprenger, quando hoje nós falamos
que o Município está no limiar de entrar com as contas no vermelho, isso nos
sinaliza que nós precisamos desenvolver novas contas de arrecadação e de
riqueza na Cidade para gerar empregos, empregos qualificados, como esses que
nós vimos lá no Vale do Silício, por exemplo, de uma empresinha encubada, que
começa em um espaço de dois por dois e, daqui a pouco, é um PayPal, daqui a
pouco é um Google, daqui a pouco é um Facebook. Cada um de nós, hoje... Não é
mais item de luxo, porque, com a ascensão das classes econômicas, o sonho de
consumo das classes C e D é ter um smartfone!
Quem é que faz o software desses
telefones? Por que isso tem que ser feito na Índia, na Irlanda, em Israel, e
não pode ser feito aqui, com aplicativos daqui? Mas para que isso se realize,
para aquilo que nós falávamos, Ver. Pujol, lá em 2000, dos sete setores
estratégicos... Quais eram os sete setores? Eu vou elencar alguns:
biotecnologia – o pessoal vem da Alemanha, de qualquer outro lugar, e vai para
o meio da Amazônia patentear produto brasileiro para fazer remédio com
biotecnologia. E nós podemos desenvolver aqui. Tem a nossa Santa Casa que faz
transplantes, o Hospital Moinhos de Vento, Hospital Mãe de Deus para fazerem
pesquisa médica, desenvolver biotecnologia. Na aviação civil, está a Elbit aqui
em Porto Alegre, Ver. Villela, que é a empresa que mais arrecada ISS hoje para
Porto Alegre, uma empresa de prestação de serviço da área aeroeletrônica da
Aeronáutica. Software, hardware, biotecnologia, novos materiais, isso tudo nós
precisamos desenvolver, mas nós precisamos ter um marco legal. Aquilo que o
Roberto Campos dizia: a tarefa ecológica do Estado é criar o meio ambiente
adequado para que essas empresas se instalem, se desenvolvam, cresçam, comecem
com 10 empregos e, daqui um pouco mais, seja uma Dell da vida! E nós não
precisamos mais ser colonizados para o resto da vida. Agora, se fala em
espionagem, mas nós só somos espionados porque não desenvolvemos tecnologia
nacional e nem capacidade. É por isso! A espionagem não é militar, é econômica;
estão de olho no Pré-Sal, no nosso petróleo, e de olho na nossa relação com os
países atrasados da extrema-esquerda da América Latina. Então nós precisamos
desenvolver a educação e agregar tecnologia a ela, se não, nós vamos ser como o
Uruguai – que é um país que eu adoro –, que tem cem por cento de educação –
todo mundo é alfabetizado –, mas não consegue se desenvolver porque não agrega
tecnologia. E, para isso, nós precisamos atrair empresas para cá, Ver.
Bernardino, e fazer com que elas se instalem aqui, com que elas tenham isenção
de imposto. É preciso que a gente facilite, que a gente seja uma Cidade business friendly – me perdoem a
expressão –, amiga dos negócios, que a gente faça os negócios se desenvolverem.
Esse é o único caminho! Então eu quero dizer o seguinte: se há uma votação
importante, este ano, nesta Câmara, é esta de hoje, a da Repot, logo ali à
frente.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Valter, eu ia
me inscrever para falar, mas lhe agradeço por me conceder o aparte; vou ser
breve. V. Exa. está indo muito bem. Eu me sinto muito à vontade. Nós, do PSD,
não somos da base do Governo, somos das boas causas. E é, sim, V. Exa. tem
razão, por exemplo: nós estamos vendo críticas – e eu não quero aqui defender a
Procempa, e não a estou defendendo, mas há críticas –, e eu também faço crítica
quando a Procempa, que é uma empresa de informática, compra software. Então, nessa linha, eu quero
lhe cumprimentar, Ver. Valter Nagelstein, porque V. Exa. coloca perfeitamente
aquilo que nós temos que defender: o aprimoramento. Nós temos que dar condições
às nossas Secretarias, aos nossos departamentos, de fazerem aquilo que eles são
capazes de fazer. Parabéns!
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Obrigado, Ver.
Bernardino. O seu aparte, certamente, engrandece a minha fala, e eu fico
agradecido. Quero fazer uma última observação. Se nós chegarmos em Porto Alegre
pela BR-290 ou pelo rio, nós vamos olhar o skyline
de Porto Alegre, Ver. Villela, Centro da Cidade, e vamos ver prédios ainda da
década de 1960. Nós não temos uma geração econômica, especialmente no Centro, e
temos permitido, desde os anos de 1960, mudarmos o panorama e a paisagem da
Cidade. Se nós estamos colocando aqui benefícios de ordem tributária, como
IPTU, ITBI e tantos outros, nós estamos criando a possibilidade, porque o
Centro da Cidade é a única região, hoje, totalmente integrada com cabos, com
rede de fibra óptica, com inteligência. Então nós podemos estar, por exemplo,
revitalizando o 4º Distrito, o Centro da Cidade, induzindo outros bairros. Lá o entorno
do Aeroporto – e volto a dizer: esta lei é estratégica, é fundamental para
isso. A Procempa é uma coisa. Nós estamos fazendo CPI, nós devemos apurar,
temos que botar na cadeia quem quer que seja, temos que encaminhar para o
Ministério Público – esta é uma questão. Mas vamos ter a clarividência, meus
companheiros, de não misturar as coisas, e tampouco os interesses ideológicos.
Porque, se fosse o PT governando, o PT queria a liberdade e o poder
discricionário de poder dizer quais setores que ele queria estimular. Só é
contra porque é aquela velha e odiosa prática do que não é meu, eu vou ser
contra. Então, eu faço um apelo para que se supere tudo isso e para que se
vote. E, mais do isso, para que nós tenhamos, hoje, nessa votação histórica, um
print dessa tela. E todos que
trabalham com informática, com tecnologia nos ajudem a fazer isso virar algo,
porque é aqui a grande janela de oportunidade para incluirmos Porto Alegre
nesse século que se inicia e projetarmos Porto Alegre na América Latina e no
mundo. É o primeiro passo, Ver. Pujol, mas é um passo importantíssimo, para que
nós – volto a dizer –, projetemos a nossa Cidade no contexto da América Latina
e do mundo, atraindo cérebros para cá, gerando empregos aqui, gerando riquezas
aqui, porque termino dizendo o que disse lá pelas tantas no meu discurso: nós
não devemos necessariamente e para sempre sermos colonizados. Nós podemos e
temos a capacidade de gerar inteligência e estamos fazendo isso. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para
discutir o PLCE nº 005/13.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Ver. Dr. Thiago, Presidente
desta Casa; Sras. Vereadores e Srs. Vereadores. Escutei atentamente os
Vereadores que estiveram nesta tribuna, principalmente o Ver. Valter. Quero
dizer que eu acho importante todo o incentivo a qualquer empresa. Agora, Ver.ª
Lourdes, também escutei o Ver. Valter falar que a Procempa tem uma CPI. Eu não
quero aprovar um projeto de afogadilho, aprovar pelo artigo 81 um projeto
importante como este, sem ter a mínima discussão nesta Casa. Eu peguei o
projeto hoje, Ver. Reginaldo Pujol, agora, para ler. Um projeto que parece ser
bastante importante, e não quero, daqui a uns dias, ter que fazer uma CPI para
investigar uma lei que eu aprovei e que traz uma série de benefícios. Não sou
contra a dar benefícios, Secretário, mas eu gostaria de estudar, gostaria de
poder participar deste projeto, gostaria de melhorá-lo através de emendas,
discuti-lo. Por que tem que ser votado tão rapidamente um Projeto tão
importante e que concede, Ver. Bernardino, várias isenções? O
senhor que muito brigou por prazos para o ITBI, sempre ouve do Governo que não
podem ser modificados por causa do prejuízo que pode causar ao Município. Agora
chega um projeto nesta Casa que concede uma série de benefícios – não sei nem
para quem, porque não está especificado exatamente para quem –, como o ITBI,
que será concedido para empresas que vão comprar imóveis. Não se trata de uma
empresa pequena que está começando; ou de uma de fundo de quintal; ou de uma
pessoa que tenha uma ideia tecnológica – uma ideia tecnologia não precisa de
isenção de ITBI! O ITBI é um imposto para quem vai comprar ou transferir um
imóvel. O momento econômico do nosso Município não é o momento de ter dinheiro
sobrando. Eu tenho ouvido o Governo falar em cortes; que o Município atravessa
um momento financeiro delicado, seja por qual motivo: corrupção, má gestão.
Agora, chega um projeto importante para o desenvolvimento – e sou favorável a
todo projeto que traga desenvolvimento para esta Cidade –, é pedido o art. 81,
que não passou nem na minha Comissão, e, certamente, não passou também nas
Comissões dos senhores e das senhoras Vereadoras – não houve discussão com
ninguém! Por que tanta pressa? Por que não podemos esmiuçar este projeto? Por
que não podemos entendê-lo melhor? Por que não fazer uma reunião com os
Secretários responsáveis por essa Pasta para que nos expliquem detalhadamente?
Eu quero ter segurança no meu voto. Acho que um representante do povo deve
votar tendo certeza do que está votando. Não estou dizendo que sou contrário,
mas receber um projeto e em 5 minutos ter que dar o voto, acho preocupante.
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço o aparte e quero tentar ajudar V.
Exa. no raciocínio. Vamos imaginar um prédio no 4º Distrito – e vamos voltar o
relógio há 20 anos. A empresa Dell, de computadores, que não está em Porto
Alegre, hoje está em Eldorado, quer se instalar aqui. Aí nós podemos, com uma
pequena isenção, fazer o diferencial para que essa empresa, em vez de se
instalar em Eldorado e gerar ISS lá, instale-se em Porto Alegre e gere o ISS
aqui. Então, parece-me que é simples o raciocínio. A possibilidade, não é a certeza,
mas a isenção é um instrumento que o Município pode lançar mão e poderia ser
decisivo quando da atração de uma empresa dessas aqui para Porto Alegre, porque
nós poderíamos colocar no 4º Distrito, isentar do ITBI e ajudar na transferência entre
dois particulares. É simples, é só isso, Ver. Mauro Pinheiro. Muito obrigado.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Ver. Valter, se tivesse aqui um projeto que viesse para esta Casa com
urgência e dissesse assim: “A empresa Dell está vindo para cá e precisa isso” –
eu o analisaria com rapidez e votaria. Agora, eu estou votando um projeto que
concede uma série de isenções e eu não sei para quem será útil, para quem
servirá – esta é a especificação. É um cheque em branco que eu vou assinar sem,
no mínimo, estudar o projeto. Eu gostaria de tempo para estudar este projeto e
conversar com o próprio Governo para entendê-lo melhor. Este projeto não é
simples, é um projeto bastante complexo, portanto me preocupa votar sem um
estudo prévio.
A Sr. Mônica
Leal: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro, só para
esclarecer, quando eu fui Vereadora no meu primeiro mandato, que eu saiba, os
projetos eram encaminhados para as Comissões afins, continua igual. O senhor é
da Comissão do Meio Ambiente e Saúde, é isso? Estou certa ou errada? O que este
projeto teria que fazer em uma Comissão do Meio Ambiente e Saúde?
O SR. MAURO
PINHEIRO: Eu lhe pergunto, Ver.ª Mônica, em qual Comissão passou este projeto? Nós
estamos pedindo o art. 81, Ver.ª Mônica!
A Sra. Mônica
Leal: Na CEFOR, a Secretária esteve lá.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Este projeto não tramitou nas Comissões.
A Sra. Jussara
Cony: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu irei a essa
tribuna, estou inscrita exatamente para fazer um link estratégico de ciência, tecnologia e saúde. Nós vamos aprovar
este projeto e eu responderei à Ver.ª Mônica.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Tecnologia, antenas – Ver. Janta, que está discutindo esse assunto – são
tecnologia – esse assunto não teria que passar pela COSMAM? As antenas são
tecnologia e interferem na saúde dos munícipes de Porto Alegre. Portanto, eu
acredito que nós poderíamos ter um pouco mais de calma, tranquilidade e
fazermos uma discussão maior sobre este projeto antes de votá-lo. Não quero
votar um projeto que logo ali à frente eu esteja arrependido ou tenha que fazer
uma CPI.
O Sr.
Guilherme Socias Villela: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vereador, um esclarecimento. Este projeto não chegou agora, como disse
V. Exa.; ele está há seis, sete meses nesta Casa. Segunda observação: é um
projeto, no que respeita às isenções, definitório, porque cada isenção será
objeto, evidentemente, de um projeto de lei do Executivo. Eu só queria fazer
esse esclarecimento. Não há por que, agora, neste momento, tratar de isenções
para a empresa A, B ou C, isso virá oportunamente. Obrigado.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Obrigado pela contribuição, Ver. Villela. Quero dizer que, neste
momento, não me sinto à vontade para votar favoravelmente a este projeto, não
que seja contrário aos incentivos, mas gostaria de uma melhor explicação e de
uma maior discussão. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Apregoo Requerimento, de autoria da Ver.ª Sofia
Cavedon, que solicita destaque da Emenda nº 03 ao PLCE nº 005/13.
Apregoo a Emenda nº 03, destacada, de autoria dos
Vereadores Sofia Cavedon, Alberto Kopittke e Marcelo Sgarbossa, ao PLCE nº
005/13.
O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
discutir o PLCE nº 005/13.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que, hoje,
Porto Alegre e esta Casa dão um passo muito importante, nós que temos uma
empresa pública de processamento de dados que muito nos orgulha, uma empresa
que garante a automação da nossa Prefeitura, dos telefones e dos dados da nossa
Prefeitura. Hoje estamos discutindo transformar Porto Alegre numa grande
metrópole de automação, numa grande metrópole de dados e de tecnologia.
Mas
o questionamento que eu faço aqui é o seguinte: qual país transfere a sua
tecnologia? Qual país não detém a sua tecnologia? Qual país não fica com essa
tecnologia, Ver. Pedro Ruas? Por isso, nós apresentamos a Emenda nº 2, no
sentido de que essas empresas que virão para Porto Alegre tenham que
compartilhar com a Procempa tudo que elas produzirem, tudo que elas criarem,
tudo que elas fizerem aqui em Porto Alegre na área de Saúde, Educação, Ver.
Valter Nagelstein, na área de segurança e mobilidade urbana, porque, se elas
vão ganhar, Ver. Mauro Pinheiro, incentivo de IPTU, elas vão ganhar incentivo
de ITBI, de ISSQN, elas têm que dar a sua parcela, porque nós vimos o governo
brasileiro discutir a implementação do aeromóvel, e, lá no contrato, diz que a
empresa chinesa, coreana que vier para cá vai ter que fazer transferência de tecnologia
para o governo brasileiro. A Alemanha comprou o nosso aeromóvel e a Coester
teve que fazer a transferência de tecnologia para os alemães. O mundo, hoje em
dia, é assim: é a transferência de dados, a transferência de tecnologia que
funciona para as pessoas que não têm acesso a essa tecnologia começarem a ter
acesso. As empresas virão para cá e irão vender essa tecnologia para o mundo
inteiro. Agora, o nosso Município, a nossa Cidade, as nossas empresas, as
nossas Secretarias, as nossas escolas públicas, os nossos postos de saúde, o
nosso povo pobre que não tem acesso terá direito a essa tecnologia. O Ver. João
Carlos Nedel ainda me perguntou: “Se a empresa desenvolve um parafuso para
botar no cérebro da pessoa?” Aquele trabalhador que vive do Bolsa Família terá
acesso a esse parafuso, e a pessoa que tem grandes planos de saúde irá pagar
para a empresa que desenvolveu o parafuso.
Eu acho que Porto Alegre não pode ficar no atraso,
eu acho que Porto Alegre não pode ficar no retrocesso; Porto Alegre tem que
avançar nas questões sociais em que o mundo inteiro avança. Eu quero saber se
nos Estados Unidos não existe a proteção de patente, se nos Estados Unidos não
existe a proteção da tecnologia, se não existe a transferência de tecnologia.
Ou nós vamos continuar sendo vigiados, ou nós vamos continuar sendo ameaçados,
ou nós não vamos ter o incentivo para que os nossos jovens tenham acesso a essa
tecnologia? Nós só vamos permitir que as pessoas venham de fora explorar os
nossos incentivos naturais, como disse o Ver. Valter Nagelstein aqui, e nós não
vamos ter acesso a isso?
Eu acho que esse projeto é de extrema importância
para Porto Alegre; agora, é de extrema importância para nós que a nossa empresa
pública de grande capacidade tecnológica... A cada dia em que nós nos
aprofundamos mais na Procempa, nós vimos o quanto ela pode desenvolver a sua
capacidade, a capacidade de uma grande empresa que é mal administrada, mas com
uma capacidade tecnológica incrível de se aperfeiçoar e até de ajudar as
empresas que venham a se instalar no nosso Município.
É importante que Porto Alegre se transforme não
somente em um polo de turismo, mas em um grande polo tecnológico, e é
importante que esteja à disposição da nossa população, não somente em telefonia
ou em dados, mas também através da ciência, da Medicina, do conhecimento.
Então, nós achamos que a cidade de Porto Alegre dá
um passo muito importante na troca de conhecimento e na parceria entre privado
e público, com os técnicos, com as empresas que vêm para cá com os técnicos do
Município. O mundo inteiro vem fazendo essa parceria e a nossa Cidade não
poderá deixar de ter acesso a esse conhecimento. Com força, fé e muita
solidariedade, nós vamos seguir lutando pelo direito dos trabalhadores e o
avanço do nosso País. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir o PLCE nº 005/13, por cedência de tempo do Ver. Paulinho Motorista.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Meu caro Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, eu me inscrevi, mais uma vez, depois que ouvi atentamente a posição
do Ver. Mauro Pinheiro. O Mauro Pinheiro tece sérias críticas com relação ao
nosso art. 81 – até vamos respeitar, embora discorde da posição do Vereador. O
Processo foi discutido, no mínimo, em duas Comissões: Justiça e CEFOR. Agora, o
Ver. Mauro Pinheiro diz que não pode votar com rapidez, porque ele não sabe que
empresa terá isenção, etc. O Ver. Mauro Pinheiro esquece e, aliás, o Ver.
Villela deu uma bela pincelada em um determinado momento. Nós estamos votando,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, um projeto de lei que estabelece medidas de
incentivo e apoio à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente
empresarial, acadêmico e social para Porto Alegre, Vereadores. Hoje nós estamos
votando medidas de incentivo de apoio à pesquisa tecnológica. Com relação à
isenção de impostos e benefícios, é proibido, pela Constituição Federal e por
todas as leis tributárias do País, conceder isenção de tributos sem lei
específica para isso. Portanto, a lei que vai conceder isenções é uma lei que
virá depois.
Portanto, a Bancada do PT, a Bancada do PSOL,
essencialmente, meu querido Ver. Mauro Pinheiro, podem votar com tranquilidade,
porque ele diz que é favorável ao projeto, só que não votaria por causa das
isenções. Tem que votar favoravelmente para seguir o seu critério de raciocínio
e aquilo que aqui diz.
As capitais e as grandes cidades começaram, a
partir de décadas passadas, a perder suas grandes indústrias, aqueles
estabelecimentos que necessitam de grande área territorial física em razão,
primeiro, estratégica e de logística, mas, segundo, muito certamente, em razão
da carga tributária, que se torna pesada por estarem esses grandes terrenos e imóveis
nas grandes cidades. As grandes cidades precisam atrair empresas – vamos
resumir – de tecnologia, de serviços, de informação, de eletrônica, e é isso
que estamos fazendo aqui. Eu tenho dito, desde muitos anos – mais de 20 anos –,
tratando do tributo agora, que não é possível a ideia de se pensar que aqui se
estabelece tributo elevado e que as empresas venham para cá. Não, tem que ter
patamar de, no mínimo, comparação, entre a capital e as cidades do seu entorno.
No mínimo! Puxa, e nós perdemos empresas no Rio Grande do Sul que foram para a
Bahia, Ver. Pujol! Por que uma empresa de alta tecnologia ficaria em Porto
Alegre, se ela, atravessando a ponte, estará em Guaíba com carga tributária bem
menor? É um outro assunto que também merece o nosso debate, mas vai ser depois.
Agora, o incentivo a empresas de tecnologia, de
informação, de informática, de microeletrônica, de eletrônica, necessariamente
é preciso para consolidar Porto Alegre como um verdadeiro polo nacional, e,
quiçá, internacional.
O Sr. Reginaldo
Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito brevemente,
um fato recente, a Tecnopuc está transferindo grande parte de suas atividades
para Viamão, num antigo seminário de Viamão. Não é de graça que eles estão indo
para lá, foram estimulados a irem para lá.
O SR. AIRTO
FERRONATO: E me apegando só nesse particular – Ver. Villela, essa discussão não é
para hoje, é para depois, seguindo o seu raciocínio – será que não é importante
pensar em instrumentos que tragam incentivos, que novas empresas venham para cá
e que empresas que aqui estão permaneçam aqui, Ver. Pujol? V. Exa. tem razão, é
claro que sim!
A guerra fiscal – eu a acompanho há 40 anos –
destrói cidades, comunidades, espaços, sonhos. Portanto, nós precisamos
compreender a importância de tributação adequada àquilo que a Cidade se dirige,
se direciona. Se a nossa Cidade se direciona para a informação, para
eletrônica, precisamos cuidar com carinho esse setor e trazê-lo para cá.
Aquele abraço. Vamos votar favoravelmente, todos
nós; inclusive o Ver. Mauro Pinheiro, porque a discussão dele é para depois.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
discutir o PLCE nº 005/13.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, eu queria cumprimentar a coordenadora
do Inovapoa, a Deborah Villela e toda a sua equipe, que estão aqui acompanhando
este momento na Câmara Municipal.
Vou começar repetindo o início da intervenção do
meu companheiro de Bancada, o João Derly, nosso Vereador, que trouxe, num
oportuno momento da votação deste Projeto, o que estava contido no Programa de
Governo da nossa Deputada Federal Manuela D’Ávila à Prefeitura Municipal de
Porto Alegre: a concepção – exatamente isso que o João trouxe aqui – da ciência
e da tecnologia para o desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade que a
ciência e a tecnologia podem nos dar para o desenvolvimento e para a qualidade
de vida.
Este
Projeto está em discussão nesta Casa naquilo que nós, do PCdoB, entendemos, num
tempo histórico que vive a sociedade brasileira, onde nós temos que buscar,
sim, na Cidade, no Estado e no País, novas e imperiosas articulações de
políticas econômicas, sociais, culturais, de ciência e tecnologia, ambientais,
num constante repensar de estratégias para podermos responder às necessidades e
às potencialidades que existem neste momento, no nosso País, para as gerações
futuras atenderem às suas próprias necessidades num futuro diferenciado e mais
promissor.
Ontem, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, com a
presença da União, do Estado e do Município, iniciou aqui um seminário: Saúde é
um Bem que se Quer. Trago isso porque quero fazer esse link com a Saúde. Aqui tinha 150 pessoas dos mais variados campos
de participação. Esse seminário vai continuar até 2016. Já na discussão de
ontem, estava contido, Ver.ª Fernanda, o significado do conteúdo da ciência e
da tecnologia como fator estratégico para a implementação do Sistema Único de
Saúde. A Ver.ª Lourdes passou o dia inteiro também aqui conosco; o nosso
Presidente esteve na abertura; o nosso Presidente da Comissão, todos os
Vereadores da Comissão, inclusive o Ver. Janta também veio participar. E o link com a Saúde, Ver.ª Mônica, é
exatamente a partir do significado do complexo de Saúde que já existe no Brasil
e este espaço que se cria agora – e nós vamos votar favoravelmente – pode
fazer, inclusive, uma relação com esse complexo nacional de Saúde. Por que a
Saúde? Não passou pela Comissão de Saúde, passou por outras Comissões, mas nós
temos a concepção de que este Projeto é um Projeto para Porto Alegre, e no link com a Saúde... A Saúde, hoje, são
nove milhões de empregos no Brasil, 10% dos postos formais de trabalho;
representa 8% do PIB nacional. Então, dinamizar o desenvolvimento de ciência e tecnologia,
principalmente após a criação, no Governo Lula, pelo Ministro Temporão – e eu
participei dessa criação como Diretora Superintendente do Grupo Hospitalar
Conceição –, do Complexo Industrial e Assistencial da Saúde, com impactos já,
hoje, positivos no desenvolvimento econômico de ciência e tecnologia e
soberania do nosso País. Porque aqui é uma questão também de soberania
nacional. Ciência e tecnologia são patrimônios da humanidade, têm que estar a
serviço da humanidade. Nós aprovamos, aqui, talvez a última etapa – e Porto
Alegre é a primeira Capital a fazer isso – da cadeia produtiva que já está em
projeto nacional, em projeto estadual de plantas medicinais e fitoterápicos.
Inclusive estou aguardando a sanção do Sr. Prefeito, que acho que está demorando
muito; perdemos tempo de implantar essa cadeia produtiva.
Este Projeto que hoje vamos votar é uma porta
estratégica para esse desenvolvimento, Deborah Villela. Então, eu quero trazer
aqui o significado inclusive da transversalidade da ciência e da tecnologia
para o desenvolvimento da qualidade de vida, da soberania.
Quero trazer também, está presente aqui o Eduardo
Meira Peres, Vice-Presidente do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia, o
significado de passarem essas decisões a ser discutidas com o Conselho. Eu
considero que esse projeto não é de um ou de outro governo; isto é projeto de
Estado. Ciência e tecnologia são fatores de integração nacional. É um projeto
que tem que ter relação com a União, com o Estado e com o Município. E Porto
Alegre tem mais: é Capital do Mercosul. Há a importância de nós desenvolvermos
ciência e tecnologia numa articulação com o Mercosul. Na área de plantas
medicinais e fitoterápicos, nós já vamos para o V Mercofito, temos trabalhado
com o Mercosul. E aí eu entro na questão da política de plantas medicinais
porque é isso, um pouco eu acho que o Ver. Valter Nagelstein deu esse símbolo
aqui: elas são arrancadas, levadas lá para fora, transformadas em medicamentos,
patenteadas. Nós temos que pagar royalties
por um produto que vem das plantas medicinais brasileiras, e o povo chega lá no
balcão da farmácia e não pode comprar. Então, eu creio que essa política de
plantas medicinais é um espaço estratégico que nós estamos aprovando, do
plantio até a indústria químico-farmacêutica do Rio Grande do Sul, com sede na
nossa Capital, que é uma indústria nacional, de capital local, que inclusive
trabalha com fitoterápicos. Também acho que oportuniza a transversalidade de
ações com outras políticas que vão até a questão da geração de trabalho
decente. E aí acho que a Emenda do Ver. Janta é importante de ser considerada.
E eu finalizo dizendo: em tempos de espionagens, e mais, de bases na América
Latina do império norte-americano, de olho na nossa maior biodiversidade, de
olho no Pré-Sal, de olho no aquífero Guarani brasileiro, projetos como este –
esta é a concepção do PCdoB – são estratégicos se levados a efeito com muita
participação popular, com um olhar para nossas empresas, sob o ponto de vista
de política de Estado, que pode ter Parceria Público-Privada, mas é quem dirige
a política pública. Ele pode ser um dinamizador do desenvolvimento na cidade de
Porto Alegre. Esta é a proposta que construímos no projeto da Manuela, que está
aqui materializado, e nós achamos que é muito bom que Porto Alegre entenda o
significado deste projeto.
A Sra. Mônica
Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Só para fazer um
esclarecimento, Vereadora: quem decide quais são as Comissões por onde os
projetos vão tramitar é a Diretoria Legislativa.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sim, nós sabemos.
A Sra. Mônica
Leal: Então quando eu falei que não estava entendendo porque o Ver. Mauro
Pinheiro disse que não tinha conhecimento do projeto, que não havia ido para a
Comissão dele, foi simplesmente porque não foi apontada a COSMAM.
A SRA. JUSSARA
CONY: A senhora dá uma contribuição, inclusive no sentido de a nossa
Diretoria Legislativa, em projetos como esse enviar, sim, à COSMAM. Comissão de
Saúde e Meio Ambiente tem tudo a ver com projetos como este, para dar inclusive
mais qualidade num processo importante como este, que vamos votar hoje aqui
favoravelmente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLCE nº 005/13.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, venho a esta tribuna
porque comecei a prestar atenção, muita, ao discurso do Ver. Valter Nagelstein,
e achei muito bom seu discurso. Pode ser o futuro Presidente, não é? Volto a
dizer que prestei muita atenção ao discurso dele. E também ao Ver. Mauro
Pinheiro: quando é que o Ver. Mauro Pinheiro se sente à vontade para votar um
projeto? É muito difícil, Ver. Pedro Ruas, ele nunca está se sentindo à
vontade. Mas, faz parte, é oposição. Eu acho que este Projeto é bom, é um
Projeto que vai inovar Porto Alegre. Tenho certeza, Ver. Reginaldo Pujol, que a
aprovação deste Projeto é muito importante. E a Ver.ª Jussara Cony subiu a esta
tribuna e falou favoravelmente ao Projeto. O mais interessante é que eu nunca
apoio emenda, Ver. Valter Nagelstein. Eu sempre fui contra as emendas, porque
como eu costumo dizer: vem o Projeto pronto, aí os caras fazem emendas. Eu não
gosto de emendas! Mas eu achei simpática a Emenda do Ver. Clàudio Janta, achei
muito interessante. É a primeira vez que eu elogio uma Emenda nesta tribuna,
porque, Ver. Villela, eu sempre digo que as emendas são aqueles “puxadinhos”,
aquelas gambiarras, que eu não gosto de votar. Então, volto a dizer que achei
simpática a Emenda do Ver. Clàudio Janta. E é importante a tecnologia em todos
os setores, importantíssima na Saúde, na Segurança, na Educação. E para isso
nós temos essa oportunidade de inovação, Ver. Nereu D’Avila.
O Ver. Mauro Pinheiro, quando fala que não teve
tempo de estudar, que pediram o art. 81, mas o art. 81, Mario Fraga, é direito
de qualquer um de nós. Quem de nós não pediu ainda o art. 81 para aprovar um
projeto? E aí eu acho engraçado que fica criticando, se é um artigo que pode
pedir e não está nada ilegal. Então, eu acho que é certo pedir o art. 81 e
aprovar este Projeto, para o bem de Porto Alegre, para o crescimento da nossa
Cidade, com a garantia de tecnologia mais avançada aqui em Porto Alegre.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir o PLCE nº 005/13. Parabéns pelo dia de ontem, Ver. Bernardino.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras,
o nosso querido colega Mauro falou de forma que daqui a pouco alguém que está
assistindo poderá amanhã ou depois me cobrar: “Vereador, o senhor foi lá votar
um projeto dando incentivo sem saber para quem, sem saber o limite.” Por isso
venho a esta tribuna. Na verdade, o nosso ex-Prefeito
Guilherme Socias Villela, hoje Vereador, foi muito feliz no seu aparte muito
breve, e eu quero inclusive dividir este espaço com o senhor, Ver. Guilherme
Socias Villela. Fique bem a vontade para até tentar nos ajudar. O que estamos
entendendo, pelo menos eu, é o seguinte: isto aqui é um programa de incentivo
e, na prática, para vê-lo concretizado, nós vamos ter três momentos. Este é o
momento em que estamos criando um programa de incentivo. Depois, vai ter um
segundo momento, que é o interesse que vai despertar no empreendedor ou nos
empreendedores que vão fazer um contato com o Executivo. No terceiro momento, o
Executivo vai mandar para esta Casa, Ver. Cecchim, pontualmente, o que é que
vamos efetivamente aprovar, ou, em outras palavra, abrir mão, como disse o Ver.
Mauro Pinheiro, no que diz pontualmente nas questões do ITBI, IPTU. Só para a
gente não ficar a dever explicações para aqueles que estão nos assistindo
porque a impressão que sai é que de repente, a partir deste projeto, estarão
todos liberados, e não se sabe quem são e nem quantos são com as questões de
incentivo de impostos. Isso não é assim. Isto aqui é um programa e, a partir
deste programa, vai despertar interesse dos empreendedores. Qualquer governo
moderno faz isso e qualquer empresa que tem tecnologia de ponta negocia com os
governos municipais, estaduais e federal. Se eu tenho uma tecnologia, para eu
ir para um país, um estado ou um município, eu vou querer saber o que aquele
governo me oferece de incentivo. Isso é óbvio. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Parabéns,
Ver. Bernardino, pela concisão. O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLCE nº 005/13.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, primeiro, eu queria cumprimentar a Secretária da
Inovação, do Inovapoa, que está ao lado de seu pai. Isso é bonito, Ver.
Guilherme Socias Villela, que orgulho para um pai e também para uma filha esta
situação.
Eu acho que esta
discussão, antes de mais nada, diz o seguinte: Porto Alegre quer estar junto
com o mundo da inovação, nós não queremos ficar fora. Não vai ser só esse
projeto que vai estabelecer quem vem e quem não vem para Porto Alegre. Esse
projeto sinaliza assim: Porto Alegre está de braços abertos para a inovação;
Porto Alegre está de braços abertos para tecnologias que ajudem o dia a dia da
Cidade, o dia a dia das empresas, o dia a dia da medicina, o dia a dia das
pessoas. É isso que está dizendo o projeto, sinalizando o projeto.
Eu participei,
durante toda a construção do Projeto do Fundopem, no Governo Pedro Simon. Eu
estava na Secretaria de Indústria e Comércio do Estado do Rio Grande do Sul,
quando dessa Secretaria saiu o projeto, a pedido do Governador, para darmos
incentivo às empresas que já estavam no Rio Grande do Sul. E eu lembro bem qual
foi a empresa que estava saindo e nós quisemos que ela ficasse, que é essa que
tem o maior investimento de todos os tempos do Rio Grande do Sul, a nossa
papeleira, a antiga Borregaard, Riocell, Votorantim, agora, eu não lembro bem o
nome, mas eu sei que é o projeto mais importante que tem aqui no nosso lado,
aqui em Guaíba.
Graças ao Fundopem,
criado lá em 1987/1988. E, naquela época, eu era chefe de gabinete do
Secretário Mosmann e o Governador Simon orientou: “Ouçam a oposição”, é um estadista.
E eu devo ter ido quarenta vezes, aqui do Centro Administrativo até a
Assembleia, ouvir as críticas do Fortunati, que era Deputado da oposição, do
Raul, que agora, infelizmente, não quer mais concorrer, o Selvino Heck, e eu
não lembro mais do outro Deputado, eram quatro Deputados que faziam a oposição,
mas deram muitas contribuições para que o projeto andasse e fosse o Fundopem de
hoje.
E o Ver. Mauro
Pinheiro, eu não ouvi toda a sua fala, mas quando ele diz entregar, certamente,
não entrega mais – hoje está nos jornais – que as empresas que já estão em
Porto Alegre vão ganhar menos incentivo que essa empresa que vai para Guaíba,
essa montadora Foton, com os sistemistas que vêm junto com empresa. E o
Governador Tarso Genro precisa desse projeto para dar uma resposta porque, se
mais uma empresa for embora do Rio Grande do Sul por falta de incentivo – a
Ford já foi –, agora imaginem se levarem mais uma empresa embora, como é que
fica o Governador!
Ver. Janta, eu sei das suas intenções, que são as
mais nobres possíveis, para não se entregar os segredos, mas essas empresas que
virão para cá não vão pegar um segredo meu, nem da Câmara, nem da Prefeitura,
nem de ninguém, vão desenvolver produtos. O que dá para se exigir é alguma
contrapartida, ou que elas desenvolvam tecnologias, mas não dá para pedir para
as empresas entregarem a gestão nem para a Procempa, nem para a Prefeitura, nem
para ninguém. Isso ninguém faz, nem as chinesas e nem os médicos cubanos
entregam isso! Não entregam! Então a empresa precisa vir se instalar.
O Conselho de Ciência
e Tecnologia que está hoje, Secretária, é o mesmo; as entidades são as mesmas
que vêm de muitos anos atrás. São os mesmos! As entidades, as empresas da
Cidade, as Secretarias que fazem parte, é um Conselho democrático. Eu não vejo
muito problema com essa emenda da oposição colaborando para que o nosso projeto
seja aprovado e para que o Conselho tenha conhecimento. É assim hoje e será
assim depois da aprovação dessa lei. É importante que o Conselho dê a sua
opinião, mas também que as empresas possam se instalar aqui e administrarem, se
autogerirem. Eu fico com medo que o Poder Público se meta nisso, para que não
aconteça o que aconteceu nessa empresa aqui do bairro Lomba do Pinheiro, onde
se gastou R$ 600 milhões, e está lá aquele elefante branco. Essa empresa
precisa ser investigada, até mesmo porque quem construiu foi a Delta
Construções. A Delta, da qual o pessoal reclama, foi quem
construiu a Ceitec na Lomba do
Pinheiro. Então para que não aconteça isso, vamos parar de querer entregar para
o Poder Público as coisas.
O Sr. Airto Ferronato: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.). A Ceitec anda bem, muito bem.
O SR. IDENIR CECCHIM: Há tantos anos que
essa empresa causa tantos gastos. A Prefeitura de Porto Alegre era dona de 10%,
e não sei se tem 0,1% agora, porque foram ampliando o capital e dando para os
professores, de graça, essa empresa que está lá, e o ship não apareceu, Ver. Ferronato. Eu não concordo com Vossa
Excelência. É um elefante branco que custou muito caro para os cofres públicos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLCE nº 005/13.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, quero saudar a presença da
nossa Secretária de Inovação, Deborah Villela, e também da minha amiga Alda
Rodrigues, que veio acompanhar essa importante votação da Cidade.
O Ver. Valter falou
muito bem, realmente este é o momento importante para a nossa Cidade, para o
futuro de nossa Cidade. A grande saída de uma capital é a tecnologia. Nós
estivemos, Sr. Presidente, nos Estados Unidos, no Vale do Silício, eu, o Ver.
Idenir Cecchim, o Ver. Valter e o Ver. Kopittke. Estivemos lá na capital
mundial da inovação e trouxemos muitas, vamos dizer, ideias, mas mais vontade
de transformar essa Cidade em uma das capitais brasileiras de inovação. E o que
de prático temos feito? A PUC e o Inovapoa já estão fazendo uma incubadora,
está em andamento. E o que o Poder Legislativo está fazendo? Pois a primeira
ação é aprovar a Lei de Inovação. Eu pedi o art. 81,
porque precisamos ter uma ação concreta, e a primeira deste Legislativo é
aprovar com urgência essa Lei para que também aconteçam as ações do Executivo,
do Legislativo, as articulações para a Inovação.
Nós temos
especialmente a criação do Fundo da Inovação que, realmente, é uma grande
necessidade. Temos alguns incentivos que, na verdade, em função da grande
tecnologia, muito pouco representam. Temos a Emenda nº 01, do Vereador, Líder
do nosso Governo, muito importante. Temos a Emenda nº 03, que traz para o
Comcet a aprovação desses projetos e dessas áreas de tecnologia, muito
importante porque irá ratificar ou melhorar as determinações de incentivos e
locais de tecnologia. Porém, tem a Emenda nº 02, do Ver. Clàudio Janta, que não
pode acontecer. Não há no mundo uma empresa que venha aqui receber isenção de
IPTU, por exemplo, e que transfira tecnologia gratuitamente. Quero saber se a
Dell, a Coca-Cola, a Johnson & Johnson vão fazer isso? Nunca!
Secretária Deborah,
nós também temos algumas empresas de tecnologia em Porto Alegre, gaúchas, e que
estão precisando da sua articulação. E essa Lei vai lhe dar poder para isso,
articulação sobre Inovação. Algumas empresas gaúchas estão sendo sufocadas por
algumas multinacionais, e aí o Município precisa apoiar essas empresas. Porto
Alegre é a sede de um dos três maiores parques tecnológicos do Brasil, porque
aqui temos a Tecnopuc, com 6.500 funcionários; temos o Tecnosinos, com 4.500 funcionários;
e no Brasil o terceiro seria o polo digital de Recife, com aproximadamente
5.000 funcionários. Vejam em que posição está Porto Alegre e a Grande Porto
Alegre. Nós precisamos urgente dessa lei de inovação e eu tive a honra de pedir
o art. 81, porque é urgente que nós realmente tomemos decisões concretas e
positivas em prol, em benefício do futuro de nossa Cidade, que precisa da
tecnologia, porque somos uma Capital de serviços e de tecnologia. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Mario
Fraga está com a palavra para discutir o PLCE nº 005/13.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver.
Dr. Thiago; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, público nas galerias, público
que nos assiste pela TVCâmara; também venho a esta tribuna, Ver. Brasinha, para
apoiar. Nós até que, Vereador, não somos muito letrados na área da informática,
mas eu venho também para fazer um elogio quando foi criada a Secretaria de
Inovação e que o nosso colega, sempre Vereador, Newton Braga Rosa, era o
Secretário Titular da Pasta. E apesar do pouco período que o Newton passou
aqui, ele faz falta, porque tem diversos Vereadores especializados em diversas
áreas, e na sua área, V. Exa é um especialista com muita categoria. E agora a
Secretária Deborah Villela assume e tem essa articulação toda, através da
Bancada do PP, a qual o Ver. João Carlos Nedel representa a Liderança aqui
nesta Casa. Como falou o Ver. Brasinha, o art. 81 já existe nesta Casa há muito
tempo. Eu tenho dúvidas, talvez um Vereador novo que esteja aqui há oito meses
não tenha usado esse artifício ainda, Ver. Reginaldo Pujol, mas todos nós,
Vereadores, usamos. Inclusive, Ver. Newton Braga Rosa, ontem, aqui, nesta Casa,
nós tivemos uma reunião conjunta, Dr. Reginaldo Pujol, e foram aprovados, Ver.
Nereu D’avila, 17 projetos. Vejam, em uma Comissão Conjunta, em que as
Comissões da Casa estavam reunidas, aprovamos 17 projetos. O que isso
significa? Que o projeto vem para cá, Líder da Bancada do PTB, Ver. Cassio
Trogildo, e aqui pode ser discutido, e aqui apresentaram as emendas. E, em
todos os processos, durante todo o tempo em que estou nesta Casa, a emenda
sempre vem para ajudar. Às vezes, por um motivo político, principalmente, a
gente pode não aprovar uma emenda, tentando recuperar lá no governo essa fase,
mas todos nós já apresentamos emendas e todos nós mais antigos da Casa já
pedimos a aplicação do art. 81.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Fraga, realmente, eu sou um dos
que não gostam das emendas. V. Exa. se lembra de um episódio em que nós tivemos
uma emenda aqui – o Ver. Elias Vidal era o Relator do Orçamento – e acabei
ficando doente em virtude de uma emenda. Eu só apresentei uma emenda, e ele
rejeitou a minha emenda. Eu achei um absurdo a ignorância! Era uma emenda que
vinha para contribuir. A partir disso, eu nunca mais gostei de emenda. Até
posso votar favoravelmente a alguma emenda, mas não concordo muito com elas,
porque costumo dizer que são aqueles famosos puxadinhos e gambiarras de que não
gosto. Então é isso que eu digo, mas não tenho nada contra V. Exa., porque é um
direito de cada Vereador apresentar a sua emenda. Então, realmente, parabéns
pelo seu discurso, um belo discurso. Vou continuar escutando V. Exa. sempre.
O SR. MARIO FRAGA: Obrigado, Ver. Alceu
Brasinha, até porque, com certeza, nós dois, governistas, temos quase que uma
obrigação aqui de aprovar os projetos, mas esse projeto, eu não me lembro de
qual Vereador, acho que foi o Ver. Valter Nagelstein que falou e deu a ênfase a
esse Projeto, porque na nossa Casa e na nossa Cidade, Delegado Cleiton, a
informática, a tecnologia do nosso Município ainda são atrasadas. Por tudo o
que eu conheço de informática e de tecnologia, nós ainda estamos atrasados em
Porto Alegre. Então, com esse Projeto que o Executivo manda e que a Secretária
Deborah Villela vem a esta Casa para articular a aprovação junto com o João
Carlos Nedel, eu tenho certeza, Secretária Deborah, que nós vamos conseguir aprovar.
E também vamos aprovar essa Emenda, da Bancada do PT, que também acho que tem
fundamento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Encerrada a discussão. Em votação a Emenda nº 03,
destacada, ao PLCE nº 005/13. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº 005/13.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, acho que o debate aqui foi importante e produtivo.
Ficou muito claro que haverá lei específica, Ver. Alberto Kopittke, tratando
dos tributos. Portanto, não é um cheque em branco, nós todos teremos a
oportunidade do debate na sequência dos critérios, dos tributos. E essa emenda
também nos tranquiliza bastante e nos deixa felizes pela compreensão da base do
Governo – pela sua Secretária e pelo Líder do Governo, Airto Ferronato –, de
que ela tem uma importância para nós todos. Eu tenho certeza que poderá ser
profícua, porque garante, Ver. Kopittke – e a constituição desta emenda foi no
diálogo com V. Exa., que está assinando e acompanhando esse debate da produção
da lei e da questão do incentivo à tecnologia. Eu lembro, quando Secretária de
Educação, que, muitas vezes, recebei a representação do Conselho, que acompanha
e que não tem, obviamente, ainda, até pelo lugar muito pequeno que a Ciência e
a Tecnologia têm nesta Capital, no Governo e na política pública, não têm uma
expressão pública, e até alguns acham que não existe; mas existe, está aqui o
nosso Vice-Presidente que reuniu, trabalhou, por exemplo, com todo esse
processo de resgate do Padre Landell de Moura, das homenagens ao Padre, da
representação do Conselho.
Então, estamos garantindo que os projetos, que o
Governo entende que devam ser beneficiados por essa lei – como a identificação
das Repots, como a identificação das áreas tecnológicas –, passem pelo debate
do Conselho. Há uma construção positiva nesse sentido, e eu acredito que ganha
a Cidade, ganha a possibilidade da eficácia na aplicação desse instrumento. O
que nós queremos é que, de fato, seja um instrumento para o desenvolvimento da
tecnologia, para a solução de problemas da região urbana da cidade de Porto
Alegre e da Região Metropolitana, porque nós temos muitos problemas que não se
resolvem, vide situação do Sarandi,
da represa; vide situação agora da
represa da Lomba do Sabão, que nós temos que trabalhar com as nossas cidades
vizinhas. Tenho certeza de que o incentivo aqui vai estimular a solução de
problemas, mas no diálogo com as outras cidades.
Essa
lei, portanto, tem a possibilidade de ser diferente da lei de incentivo ao
esporte, senhores e senhoras, que nós votamos há alguns anos e que eu não
consigo enxergar que tenha qualquer impacto na cidade de Porto Alegre. Acho que
vale revisarmos a lei, vale verificarmos os incentivos dados e a eficácia
desses incentivos, que abrangência nós tivemos, Ver. Mario Fraga, do incentivo
dado através da Lei de Incentivo ao Esporte, que não é exatamente assim, mas
tem uma semelhança. Portanto, nós vamos votar esta emenda, e, pelo acordo
construído, Ver. Pujol, votaremos o projeto, o qual, tenho certeza, fará bem
para a cidade de Porto Alegre desta maneira. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº 005/13.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Meus colegas, na sequência do que a colega de Bancada, Ver.ª Sofia aqui
trouxe, só para retomar sobre o que estamos discutindo, eu gosto sempre de
fazer este início para aqueles que nos assistem. Nós apresentamos, a Bancada do
PT, uma emenda ao projeto para que todo o projeto de isenção tenha que passar
pelo nosso Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia – inclusive está aqui o
Vice-Presidente, o Dr. Eduardo, do nosso Comcet. Gostaria de esclarecer para os
colegas que talvez não conheçam o Conselho, que é um órgão consolidado da nossa
Cidade, um espaço muito importante, e que é formado – quero destacar que é
composto por treze membros da sociedade civil, e sete membros do Governo –,
majoritariamente, por membros da sociedade civil, o que é uma alegria.
Entidades do porte da PUC; da UFRGS; da Associação Brasileira da Indústria
Elétrica e Eletrônica; Associação Software Livre, que aqui também tem um de
seus históricos representantes, e é uma associação importantíssima na discussão
pelo direito à informação, o direito a plataformas abertas; o Conselho Regional
de Administração; o Hospital de Clínicas de Porto Alegre; a Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC –, entre outras tantas entidades
que compõem o nosso Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia. Exatamente para
que nós possamos ter uma política de Estado – uma política acima desse ou
daquele Governo, e que seja – como ouvi aqui de um dos colegas – perene,
independente desta administração ou de Partido; que a política seja implantada
de forma racional, e que tenha as diretrizes que a lei prevê – e não atendendo
interesses menores, interesses daquele partido, daquele prefeito, daquele
secretário. É por isso que existem os Conselhos Municipais das Políticas
Públicas. E aqui nós temos um Conselho de excelência técnica, que vai garantir
que as diretrizes apresentadas pela lei sejam respeitadas, quando forem dadas
as isenções. Porque todos sabem – e não estou falando desse ou daquele governo
– que isenção de impostos e taxas é uma moeda, a mais preciosa que uma
Administração pode conceder. Por isso é fundamental deixar o nosso Conselho
como um guardião dessa isenção. Não vou entrar no mérito histórico do que
representa, mas só para dialogar com outros colegas que vieram me questionar:
“Por que passar por um Conselho?”. Bom, o próprio Fundopem, que já serviu para
coisas boas e ruins, em nível estadual possui um conselho gestor. É natural que
passe por conselhos, é assim que as políticas públicas vêm funcionando no País,
e, creio eu, que da melhor forma, evoluindo.
Então, é nesse sentido que pedimos aos colegas a
aprovação desta emenda, que vai, na minha opinião, consolidar aquilo que a lei
tem em termos de conceito de bom; vai permitir que essas diretrizes fiquem na
mão, efetivamente, daquelas entidades, daquelas cabeças que a nossa Cidade tem;
que fiquem realmente guardando as diretrizes e os benefícios que a nossa lei
propõe. Esse é o sentido da emenda, e pedimos o apoio de todos os colegas para
que a lei gere os seus frutos ao longo dos próximos anos na Cidade.
Um último destaque: ouvi aqui de muitos colegas, por causa da guerra fiscal histórica do nosso País, como se nós estivéssemos tratando dessa lei para atrair grandes empresas do mundo ou do Brasil para instalarem grandes parques. Eu, na minha modesta opinião, creio que esta lei serve para estimular pequenas empresas, microempresas de âmbito municipal que vão começar a surgir, essas sim, podendo ter uma isenção de IPTU, uma isenção que pode fazer a diferença entre o surgimento de uma empresa de dois ou três jovens ou não. Então, acho que este é outro sentido da lei que também tem que ser percebido, que é fomentar essa nova economia na nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Dr. Thiago): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Pedro Ruas, a Emenda nº 03,
destacada, ao PLCE nº 005/13. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADA por 30 votos SIM.
Em votação nominal, solicitada pelos Vereadores Pedro Ruas e Fernanda
Melchionna, a Emenda nº 01 ao PLCE nº 005/13. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADA por 22
votos SIM, 02 NÃO e 04 ABSTENÇÕES.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, quero fazer um Requerimento de ordem técnica à Diretoria
Legislativa. No exame da lei das Repots, que aqui tramita, parece-me que, tendo
sido aprovada a Emenda nº 01, como foi – e eu acho que é positiva a aprovação
dessa emenda do Ver. Ferronato –, fica prejudicado o projeto de lei que cria as
Regiões de Potencial Tecnológica, porque isso já está contemplado na emenda que
foi aprovada e no próprio bojo da lei que estamos aprovando. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Se se confirmar a aprovação do projeto, nós iremos
encaminhar isso para análise da prejudicialidade desta questão, Ver. Valter.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Pedro
Ruas, a Emenda nº 02 ao PLCE nº 005/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 17 votos SIM, 08 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
Trata-se de um Projeto de Lei Complementar,
portanto necessita de maioria absoluta, de 19 votos para aprovação.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Presidente, uma vez que faltaram dois votos para
19, é possível pedir renovação de votação da Emenda do Ver. Clàudio Janta?
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A renovação pode ser solicitada pelo autor da
Emenda. Em votação o PLCE nº 005/13. (Pausa.) O Ver. Guilherme Socias Villela
está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 005/13.
O SR.
GUILHERME SOCIAS VILLELA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, nós estamos diante de um Projeto que objetiva incentivos a uma
atividade de inovação e tecnologia. Enquanto discutimos os diversos tópicos e
os diversos assuntos relacionados, eu estive anotando uma observação: o
tradicional 4º Distrito, os bairros Navegantes, São João, Santa Maria Goretti,
Floresta, Moinhos, Germânia, dentre outros, tinham, algumas décadas atrás,
algumas indústrias tradicionais, como o complexo Renner, a Neugebauer, a
Coca-Cola e até a Brahma. Eu recordei, Sr. Presidente, e tirei os dados, que,
na indústria, em 1939, parte do Rio Grande do Sul participava com quase 28% do
Produto Interno Bruto do Estado; só participa com 14,74%. Essas indústrias
foram migrando gradativamente para outras regiões ou para outras áreas da
Região Metropolitana. Assim está mais do que claro para todos que a vocação do
Rio Grande, ou melhor, de Porto Alegre, são os serviços, que hoje representam
85% do seu Produto Interno Bruto.
Ademais, com frequência, falou-se aqui, Sr.
Presidente, que há algum temor relacionado com isenções. Este projeto de lei é
um projeto de diretrizes, é um projeto definitório, é um projeto que define
situações. Não há por que haver preocupação quanto à isenção para um setor,
para outro setor, porque isso depende de legislação especial posterior – é um
segundo momento. Ademais, penso que nós estamos diante de um acontecimento
notável, também, que é a integração entre a Prefeitura, empresas, instituições
de ensino... Em resumo, estamos diante de uma possível união de todos os
Partidos, diante de uma possibilidade de crescimento e benefício da economia
porto-grandense. Eu acrescentaria ainda que a maioria das empresas que possam
se instalar, por exemplo, na área da informática são pequenas e médias, e estas
representam uma preocupação permanente de todos os setores.
Sr. Presidente, não vejo por que deixar de apoiar e
dar incentivo a essas atividades, porque o Rio Grande tem sua vocação voltada
completamente para o setor de serviços, e mais: não se pode perder um instante
sequer em matéria de inovação e tecnologia. Encaminho esta votação, Sr.
Presidente, em breves palavras, para dizer que nós estamos diante de um projeto
de lei de fundamental importância para a política pública na área de inovação e
tecnologia. Era só o que eu queria dizer, Sr. Presidente. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Clàudio
Janta, que solicita a renovação de votação da Emenda nº 02 ao PLCE nº 005/13.
O SR. CLÀUDIO
JANTA (Requerimento): Sr. Presidente, em virtude do meu Requerimento de
renovação da votação da Emenda nº 02, solicito o adiamento da votação do PLCE
nº 005/13 por duas Sessões.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Para dar uma segurança maior, eu pergunto se é possível adiar a votação
no meio do processo de votação?
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Vereador, só se pode adiar a votação neste momento.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Não necessariamente, não seria no início?
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Não, durante os encaminhamentos é que se pode adiar
a votação; nem antes nem depois.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Clàudio Janta, que solicita o adiamento da votação do PLCE nº 005/13 por duas
Sessões. (Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Cláudio Janta.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, eu venho em nome da Bancada do
PSOL, em meu nome e do Ver. Pedro Ruas, defender o Requerimento feito Ver.
Clàudio Janta. Primeiro, porque nós estávamos e seguimos convencidos que este
projeto merece um debate - e sei que não foi esse o intuito do Ver. Clàudio
Janta e, sim, de que vote a emenda que, de fato, modifica o projeto e,
portanto, é muito lúcido que se vote a emenda junto com o projeto.
Eu quero insistir que, com a transferência por duas
Sessões, nós teremos tempo para que esta Câmara faça o debate sobre o projeto,
que a Secretária possa vir em Comparecimento – ou como achar de bom-tom – fazer
o debate, apresentar os objetivos, as isenções e todos esses debates que nós fizemos
em relação ao projeto.
A emenda do Ver. Airto Ferronato, por exemplo, que
trata da indicação geográfica, para mim, é um conceito que sequer existe no
Plano Diretor, mas nós podemos debatê-lo, com tempo para fazer. E acho mais,
acho que uma vez que vai ter a renovação da votação da emenda do Ver. Clàudio
Janta, essa votação do projeto só pode acompanhar a votação da emenda do
Vereador porque esta traz um sentido muito positivo para que as empresas que
ganham isenção possam transferir tecnologia para o Município de Porto Alegre,
uma vez que seriam beneficiadas com isenções fiscais. Acho que é uma forma de
retorno social e, sim, uma emenda que traz justiça ao projeto.
Eu quero só encaminhar favoravelmente ao
Requerimento do Ver. Clàudio Janta. Acho que esta Casa ganha com o debate
político, com o debate de ideias, com o debate do projeto, com o esclarecimento
do Inovapoa e com o enriquecimento das votações em relação a este projeto.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Cláudio Janta, pela
oposição.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago, na verdade, o adiamento, Ver. Clàudio
Janta, proposto por V. Exa. traz também a possibilidade de maior conhecimento
do próprio projeto. Então ele é importante por dois aspectos, no mínimo, o
primeiro é que nós teremos também a oportunidade de votar a emenda de V. Exa.,
pedida a renovação na Sessão seguinte, na outra será votada. E a emenda é importante
e é séria. E a emenda perdeu por 2 votos, teve 16 ou 17; acho que 17. Portanto
tem chance, sim, de ser aprovada com 19 votos. Está próximo disso, e o Vereador
está trabalhando. Por outro lado, nós temos aí justamente aquilo que a Ver.ª
Fernanda Melchionna, a Ver.ª Sofia Cavedon, o Ver. Mauro Pinheiro tanto
enfatizaram hoje desta tribuna, a necessidade de um debate mais aprofundado
sobre o projeto. Nós não podemos votar, pelo menos com clareza, um projeto que
sequer passou pelas Comissões. Vejam bem, o projeto pode até ter seus méritos e
talvez tenha muitos. Nunca foi questionado isso, Ver.ª Mônica Leal, o que foi
questionado aqui pela Ver.ª Fernanda Melchionna, e eu reforço, e outros
Vereadores também, é que o projeto está sendo votado com base no art. 81. E
pela sua importância ele deveria passar, sim, no mínimo, pela CUTHAB, mas
passar com análise, relatório, enfim, o que daria uma diferença de uma semana
no máximo. Eu acho que estamos votando de forma açodada.
Portanto este Requerimento, agora, que busca o
adiamento, que pretende que em duas Sessões nós possamos ainda conhecer melhor
o projeto, parece-me que só auxilia o projeto. Dificilmente alguns daqueles
Vereadores que já iam votar a favor deixarão de fazê-lo, e é possível que
alguns dos Vereadores que votariam contra passem a apoiá-lo, conhecendo-o
melhor, tamanhas as virtudes apregoadas da tribuna. Então, em nome da oposição,
falei com os Vereadores do PT e do PCdoB, a posição do PSOL já era esta,
votamos pela aprovação do Requerimento do Ver. Clàudio Janta.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta.
A SRA. JUSSARA
CONY: Não que o Ver. Pedro Ruas estivesse desautorizado a encaminhar também
em nome da Bancada do PCdoB, mas, enquanto V. Exa. estava encaminhando, o Ver.
Clàudio Janta está articulando ali, por isso acho
importante nós transferirmos a votação, articulando uma nova redação da Emenda,
que está mais apropriada. Nós pedimos para a assessoria do PCdoB nos trazer as
diretrizes nacionais, em relação à Ciência e Tecnologia e esses
compartilhamentos, contratos, enfim, as articulações que esse Projeto prevê, e
ela está elaborando uma nova emenda com um texto que dá maior possibilidade.
Inclusive, eu, particularmente, creio na aprovação dessa emenda pela maioria
desta Casa.
Então acho
importante, na medida em que há a possibilidade de uma contribuição, e eu me
preocupo muito – e a emenda do Janta busca contemplar essa nova emenda também
–, me preocupo com articulações como essas que fiquem sem o controle do Estado,
sem que nós tenhamos depositado aquelas inovações tecnológicas em benefício da
Cidade, do Estado e do País. Porque se trata de uma questão de soberania
nacional. São importantes as empresas, o setor privado, o desenvolvimento da
tecnologia e o seu repasse, mas temos que ter a garantia de que essa tecnologia
não seja desenvolvida no nosso País de acordo com os interesses de fora da
Nação, mas de acordo com os interesses da Nação brasileira. E a cidade de Porto
Alegre pode ser um espaço de muito desenvolvimento em ciência e de tecnologia.
Então nós
concordamos com o adiamento, Sr. Presidente, no sentido de que se possa fazer
essa construção que me parece importante.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Deixa eu
esclarecer a Ver.ª Jussara e os demais Vereadores: nós estamos em processo de
votação; portanto, não cabe mais protocolar emendas. Nós avançamos no processo
legislativo, nós teríamos que retroceder e reabrir a discussão. Então não cabem
mais emendas, não podem mais ser protocoladas mais emendas. Nós estamos em
discussão de adiamento de votação e não cabem mais emendas, senão vamos voltar
no processo legislativo.
A SRA.
JUSSARA CONY: Tenho uma contestação ao que V. Exa. muito bem está
conduzindo. Eu apenas fiz uma manifestação de interpretação de conceitos da
nossa Bancada e desta Vereadora. Não estou contestando a Mesa. Vai seguir o
processo legislativo. V. Exa. está dirigindo perfeitamente. Eu fiz um
encaminhamento e botei um conceito nessa tribuna. Nós temos o direito de fazer
isso.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Temos todo o
direito. Eu só estou esclarecendo, Ver.ª Jussara, que não cabem mais emendas.
Então a emenda que tem que ser votada é aquela que foi protocolada no período
de discussão, caso a renovação seja aceita. Não cabe fazer outra emenda, porque
senão nós retrocederíamos no processo legislativo para o período de discussão,
o que não é possível.
Em votação nominal,
solicitada por vários Vereadores, o Requerimento de autoria do Ver. Clàudio
Janta. (Pausa.)
O SR. AIRTO FERRONATO: Meu caro Presidente,
eu sei que V. Exa. está correto, não haveria mais a possibilidade de
apresentação de emendas, V. Exa. está correto na decisão, acontece que, dadas
as nossas conversações, nós podemos construir um acordo que eu tenho certeza de
que, inclusive, melhora o projeto. O acordo tem a concordância do próprio
Executivo. Portanto, eu vou pedir encarecidamente a V. Exa., se for possível,
que nós suspendamos esta Sessão por 2 ou 3min, para ver a possibilidade de um
acordo de Líderes. Isso já aconteceu. Em um acordo de Líderes, todos os Líderes
concordariam, nós redigiríamos uma emenda pelo Ver. Clàudio Janta e nós
teríamos condições de também aceitar a proposta do Vereador, porque ela é
positiva para a Cidade.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, em
tese, eu sou favorável a dar o acordo, não me oporia. Eu só quero lembrar, por
uma questão de equidade, que, há poucos dias, menos de dois meses, nós votamos
o Projeto dos táxis, eu fiz uma emenda junto com o Ver. Bernardino Vendruscolo
e propus, naquele momento, que se separasse e apresentasse-se uma nova emenda,
e não me foi permitido. Era para a colocação de uma câmera fotográfica para
tirar fotografia, Ver. Alberto Kopittke, de cada uma das pessoas que entrassem
no táxi, para fins de segurança, especialmente do trabalhador do táxi, do
motorista, e esta Casa não permitiu. Não era uma emenda contra ninguém, não era
sequer um assunto polêmico, mas não quiseram abrir o precedente. Então, eu só
quero levantar isso, por uma questão de justiça. Se nós vamos fazer isso, eu me
sinto absolutamente injustiçado, Presidente, porque nós tínhamos feito, e não
houve autorização para que se fizesse a apresentação de uma emenda
substitutiva, que era o caso.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): (Lê.): “Art. 173. § 5º: ‘Encerrada a discussão,
não caberá: a) retirada da proposição principal, de substitutivo e de emendas;
b) apresentação de emenda; c) apresentação
de Requerimentos de votação em destaque e de retirada de pedido de tramitação
em regime de urgência.’” Portanto, no Regimento estão respondidos os
questionamentos.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, eu, na verdade, quero lhe confessar
que já me pronunciei nesse sentido e vou reforçar. Eu tenho um outro
entendimento de que não são as Lideranças, até porque, muitas vezes, nós
fazemos, lá na CCJ, correção de redação. Então, é só para lhe dizer que eu acho
que, se houver um acordo do Plenário, nós poderíamos resolver. Eu encaminho
nesse sentido.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Ver. Bernardino Vendruscolo, nada impede que, após
a aprovação do projeto, se ocorrer, pode-se fazer um novo encaminhamento, uma
nova emenda retificando, um projeto novo, alterando essa lei.
Em votação nominal,
solicitada por vários Vereadores, o Requerimento de autoria do Ver. Clàudio
Janta. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO
por 11 votos SIM e 17 votos NÃO.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Alberto Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 005/13.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Já que seguimos para o encaminhamento do projeto, eu já me manifestei
sobre o mérito aqui, várias vezes. Eu quero só pedir aos colegas, de forma
humilde, aproveitando, inclusive, a presença dos gestores da Prefeitura –
Secretária Deborah e toda sua equipe, o Dr. Gil também está aqui – que, tendo
em vista esse importante debate que nós fizemos, a soma de esforços feita em
prol desse tema, eu acho fundamental que tenhamos um compromisso efetivo com a
aprovação de projetos e emendas relacionados à inovação. Já, em duas
oportunidades, apresentei emendas ligadas à inovação que, natural, não foram
apreendidas pelos colegas. Certa feita, o próprio colega Valter Nagelstein tratou
desse tema em uma emenda que eu fiz sobre os táxis, o GPS dos táxis, chamando a
atenção que se tratava de um tema de inovação, e não uma questão ideológica e
partidária. Então, simplesmente, venho aqui neste momento, encaminhar o
Projeto, Ver.ª Jussara, para que nós, efetivamente, quando esses novos temas
vierem às nossas discussões, que nós, seguindo o espírito dessa Lei e o
espírito do que tratamos aqui para o Município, possamos nos abrir a essas
ideias novas. Não só para projetos relacionados ao Executivo Municipal e a
outros segmentos da sociedade, mas também – como o Presidente Dr. Thiago já
colocou, que está construindo uma ferramenta de construção colaborativa de
projetos de lei –, que nós possamos ter a ousadia de reformular o processo
deliberativo da Câmara, de forma inédita no Brasil, seguindo essas experiências
inovadoras – e eu vou, assim que possível, propor esse debate a todos nós. Só
quero deixar que esse espírito de inovação, de transformação, efetivamente,
seja apropriado por nós e, quem sabe, transformarmos esta Casa em uma
referência para o Brasil e para o mundo de experiência de transformação, de
reconstrução do próprio processo deliberativo e democrático. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 005/13.
A SRA. JUSSARA
CONY: O meu encaminhamento é rápido, é mais para contextualizar o que está
acontecendo neste plenário: o momento de uma votação importante para a cidade
de Porto Alegre. Há uma concordância nesta Casa, de todas as Bancadas, de que
este é um projeto importante para o nosso desenvolvimento, para o
desenvolvimento de ciência e tecnologia, e que se está estabelecendo algo que
raramente ocorre. Em função da importância do projeto, estão sendo feitas
articulações políticas entre o Executivo e este Legislativo, Ver. Janta, em
torno de uma emenda, como a sua, que eu, particularmente, acho que resguardaria
– cumprindo, inclusive, a lei nacional – aquilo que nós temos que resguardar. É
um investimento, na nossa Cidade, de empresas que para cá queiram vir, mas o
resguardo do Poder Público, da sociedade e desta Câmara em relação a questões
que dizem respeito à própria soberania, soberania nossa, quando há essa relação
para o desenvolvimento de ciência e tecnologia.
Eu sempre tenho, quando trabalho esta questão,
muito na minha imagem como Farmacêutica, a questão dos medicamentos. E olhando
a linha do Equador, o que é a realidade mundial? É a realidade de que, acima da
linha do Equador, não há biodiversidade e há desenvolvimento de tecnologia à
custa das nossas diversidades. Abaixo da linha do Equador, nós temos a maior
biodiversidade do mundo e estamos engatinhando ainda no processo de
desenvolvimento de tecnologia, que significa a soberania do País! Então, eu
acho que, em momentos assim, nós podemos cumprir o Regimento, mas ter também o
entendimento de que acordos políticos se fazem em benefício de uma cidade. É de
Legislativo, é de Executivo e com a sociedade aqui participando, essa
sensibilidade tem que estar presente em todos nós. Eu sei que este projeto vai
ser aprovado; lamento só que não se possa, nessa articulação entre Estado,
Executivo e Legislativo – inclusive com a redação de uma Emenda –, olhar
politicamente o significado do patamar de novas relações importantes visando os
interesses da cidade de Porto Alegre. Mas, enfim, rendo-me ao Regimento, mas
sem deixar de manifestar a opinião do Partido Comunista do Brasil, que não é
qualquer momento que estamos vivendo hoje. O projeto vai ser aprovado,
lamentavelmente, Ver. Janta, sem essa adição que estava sendo construída num
processo interessante, pela ótica do nosso Partido. E quero render aqui ao Ver.
Airto Ferronato, Líder do Governo, a concordância da nossa Bancada, na tentativa
do seu encaminhamento.
E que Porto Alegre esteja atenta, que há oposição
nesta Casa, há situação nesta Casa, mas que há momentos em que nós,
articuladamente, nesta Casa, e junto com o próprio Executivo, a depender de
projetos como este, temos a capacidade de olhar para além dessas divergências
naturais e importantes. Olhar para além, no sentido de que Porto Alegre pode
ser a Capital brasileira da inovação em ciência e tecnologia. E falo,
principalmente, como Farmacêutica, com a profissão, com especialização
exatamente na área de Ciência e Tecnologia, Insumos Estratégicos, numa área
estratégica para o nosso País, e creio que vai poder ser absorvida pelo que
vamos votar hoje aqui.
A política comanda, em determinados momentos, as
nossas ações. Acho que poderíamos ter tido um espaço para essa construção
política maior, que seria muito benéfica à complementariedade deste projeto tão
importante.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 005/13.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Porto Alegre
realmente está num momento importante: a votação da lei da inovação. É
justamente a contribuição da Câmara em aprovar este projeto para que o
Município, para que o Legislativo também, passe a ter ações de inovação. Todo o
trabalho da Secretaria da Inovação, todo o trabalho das Comissões de Justiça e
da Comissão de Finanças, inclusive com o Parecer do Ver. Valter Nagelstein, que
diz ser um Projeto extremante importante para o futuro da nossa Cidade.
Quando se vota um projeto desses, desculpem, não
tem muito o que espaçar; nós precisamos aproveitar o futuro votando esse
projeto, que é o início de muitas ações, muitas atividades e que fortalece o
nosso gabinete de Inovação.
Já falei aqui que Porto Alegre é um polo de
tecnologia, mas precisamos ampliar, fortalecer. Nós vimos, Ver. Idenir Cecchim,
lá no Vale do Silício, o quanto estão avançados, e vimos, aqui em Porto Alegre,
o quanto temos que avançar. Então, como disse o Ver. Villela: não podemos
perder um minuto em inovação, Ver. Kopittke, V. Exa., que teve um destaque
especial lá, junto ao Vale do Silício, que é um Vereador preparado, que fala
Inglês, o que me deixa ciumento, pois eu não falo, assim como o Ver. Valter,
que fala perfeitamente o Inglês.
Repito as palavras do Ver. Guilherme Villela: não
podemos perder um minuto em inovação, porque, se nós perdermos, a concorrência
nos passa à frente, e é por isso que eu pedi o art. 81, para que Porto Alegre
finalmente avance.
Encaminho pela aprovação desse projeto para o bem e para o futuro da nossa Capital. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação nominal, solicitada por vários
Vereadores, o PLCE nº 005/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 29 votos SIM e 02 votos NÃO.
(O Ver. Delegado Cleiton procede à entrega da
Declaração de Voto.).
O SR. VALTER
NAGELSTEIN (Requerimento): Presidente, solicito adiamento, novamente, da
discussão e votação do PLL nº 102/13, que concede o Título de Cidadão de Porto
Alegre ao Sr. José Mariano Benincá Beltrame, por duas Sessões, em virtude do
adiantado da hora e em virtude de este Vereador ser o autor do projeto mas ter
um compromisso beneficente agora ao qual tenho que comparecer.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Valter
Nagelstein. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO – RENOVAÇÃO DE VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 160/13 – (Proc. nº 2554/13 – Ver. Engº Comassetto e outros – Bancada do PT)
– requer Moção de Solidariedade com os médicos
estrangeiros do Programa Mais Médicos, do Governo Federal.
Observação:
-
renovação de votação nos termos do art. 196 do Regimento da CMPA.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o Requerimento nº 160/13.
(O Ver. Bernardino Vendruscolo assume a presidência
dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 160/13.
O SR. DR.
THIAGO: Caros colegas Vereadores e Vereadoras, o programa Mais Médicos está
sendo apresentado à sociedade brasileira como uma verdadeira panaceia. Para
quem não sabe quem é Panaceia, é a deusa grega da cura, uma verdadeira panaceia
aos graves problemas de saúde que o País atravessa. Que faltam médicos em
regiões específicas do País é verdade, mas as razões são muito diferentes
dessas que estão sendo prolatadas, de que os médicos não querem atender nas
periferias e grotões – uma grande inverdade. As mentes mais abertas sabem que a
falta de médicos, em determinados locais mais remotos, depende de uma carreira
de Estado, como são as carreiras jurídicas; mas a falta de médicos nas
periferias é porque Municípios e capitais muitas vezes insistem em desvalorizar
o médico, e assim não conseguem contratá-lo.
Mas, em tudo isso, o que é mais degradante é a
solução apresentada, com a importação de médicos, e, dentre esses, a modalidade
dos médicos de nacionalidade cubana. Não temos nada contra os cubanos, e os
respeitamos muito, o Brasil é que parece estar desrespeitando as leis
internacionais de proteção ao trabalho, Ver. Janta, e especialmente a
Constituição da República, que estabelece o direito ao trabalho igualitário e
ao trabalho como direito fundamental. Na verdade, o Governo brasileiro, com a
vinda dos médicos, está perpetrando uma simulação, porque diz aos cidadãos que
está contratando médicos, quando na verdade o programa é de pós-graduação e em
medicina comunitária, o que sequer é reconhecido como modalidade de
especialidade médica no Brasil. Assim, publicamente, tem-se dito que é um
contrato, mas nega qualquer direito trabalhista para qualquer participante
desse programa, eis que todos receberão uma bolsa de estudo, sem direito algum
à proteção devida aos trabalhadores.
No caso dos cubanos é ainda mais grave, através de
uma escusa negociação triangular com a OPAS e o governo cubano, que permite que
em nosso território seja perpetrada uma exploração indigna desses
profissionais, para que o governo cubano se locuplete com as divisas que estão
sendo transferidas àquele governo, para que os médicos aqui trabalhem sem
direito algum, confinados em alojamentos e sem direitos básicos de trânsito e
liberdade que o País tutela a qualquer estrangeiro no nosso solo.
E a grande simulação é que esses médicos cubanos
estão vindo como se fossem praticar medicina humanitária, como se a situação no
Brasil fosse decorrente de uma catástrofe natural, de um tsunami que tenha varrido nosso o Interior ou as nossas periferias,
ou que estivéssemos em guerra e a nossa população carente de atenção médica.
Mas não é só isso! De um lado, as carências e saúde
do nosso povo não derivam de ações naturais catastróficas, mas sim de uma
desatenção de inúmeros governos com a questão da saúde. Por outro lado, esses
médicos nem vêm realizar medicina humanitária, pois irão ganhar para isso. E se
eles querem dividir seu ganho com o governo, isso não retira o caráter de que
estão ganhando para trabalhar. Por isso, nada há de humanitário nesse trabalho,
nem o governo cubano está preocupado com os direitos dos seus próprios
cidadãos, já que parece interessar-se apenas nas divisas que receberá dos cofres
brasileiros.
Para esclarecer essa situação, sete médicos e um
enfermeiro cubano que participavam de Programa semelhante na Venezuela e
conseguiram asilo político nos Estados Unidos e entraram com uma ação na
Justiça norte-americana denunciando esse tipo de transação de trabalho que paga
o Governo ao invés de pagar o trabalhador como uma forma de trabalho escravo.
Estão pedindo indenização aos governos de Cuba e da Venezuela para reparar a
vil situação a que foram submetidos. O povo brasileiro precisa, sim, de medidas
de saúde. Precisa, Ver. Villela, de medidas sérias que respeitem as leis e a
nossa Constituição e que não fraude os princípios da cidadania a caros custos
conquistados e que não minta para a população com o mero objetivo eleitoral. O
clamor por saúde vindo das ruas é por uma saúde regular, é por um trabalho
regular de atenção e não por mais um “programete” eleitoreiro que subordina os
mais autos valores da cidadania. Nenhuma medida para melhorar o precário
sistema de saúde brasileiro que podemos observar em qualquer dos locais, foi
anunciado. A crise de saúde no Brasil por falta de leitos hospitalares, por
falta de prevenção, por falta de média complexidade, por falta de atendimento
em leitos de UTI, fila para exames, cirurgias, isso tudo é desassistência e
isso tudo vai continuar. O Brasil mais se orgulharia de dar aos cidadãos
cubanos, ora submetidos a essa vergonhosa exploração, a mesma condição que
oferece a qualquer outro estrangeiro em regime idêntico, igualitário ao que é
dado ao médico brasileiro. Por isso encaminho, contrário à Moção por acreditar
que é fundamental que neste País se revalidem os diplomas e que se trate a
saúde de forma global, como um programa sério e contínuo e não como uma mera
fachada eleitoreira. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 160/13.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Prezado Ver. Bernardino Vendruscolo, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, este é um assunto candente dentro do nosso País,
e nós não poderemos nos furtar de vir discutir de público. Quero primeiramente
dizer que entendo que o Programa Mais Médico é muito mais ideológico do que
qualquer outra coisa; ele não tem um sentido de resolver o problema da
Medicina, da falta de médicos em nosso País. E o Vereador nosso Presidente, o
Dr. Thiago...
(Tumulto no plenário.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Um momentinho, que eu vou lhe assegurar o tempo.
Por favor, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, nós temos um colega na tribuna
que precisa ser respeitado. Obrigado.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Presidente. O nosso Presidente falou
sobre a questão dos direitos que esses médicos vão ter. Vêm ao nosso País sem o
mínimo de direitos garantidos. O nosso País, as profissões de nível superior,
na grande maioria, tem seus conselhos próprios, e os conselhos são autarquias.
Portanto, sendo autarquias, têm a sua responsabilidade junto ao Tribunal de
Contas da União e junto ao próprio Governo Federal, mas o que fez o Governo de
forma ideológica? Colocou goela abaixo da população essa questão dos médicos,
que não vai resolver. O Problema da saúde do Brasil é muito mais profundo;
teria que se fazer estruturas de centralizações, de hospitais para determinadas
regiões do País, aglutinações de especialidades em determinados locais. E não
temos, e não vamos ter a curto prazo. Muitos dizem que o médico se forma e não
quer ir. Ele não quer ir para determinados lugares não porque é longe, mas porque
não tem oportunidade e estrutura de trabalho. E aí, quando ele fizer
intervenção, muitas vezes ele vai ser julgado por um erro. Então é nesse
sentido que nós não podemos comungar. Então, volto a dizer: em todas as Câmaras
de Vereadores do nosso País, todos os Sindicatos ligados ao PT, principalmente, estão procurando fazer abaixo-assinado para tentar dizer que têm o apoio da sociedade brasileira! Mas é
mentira, isso é uma falácia, porque não têm! Não têm, estão tentando consolidar
algo que não construíram com a base!
Eu volto a dizer:
isto é muito mais ideológico do que querer realmente resolver o problema. Não
vão resolver! E tem um outro ditado: “onde passa um boi, passa a boiada”. Hoje
são médicos, mais adiante serão outras profissões.
Eu quero dizer aqui
que não é uma questão de corporativismo, mas quero lhe dizer, Ver. Janta, que,
por exemplo, na Educação Física, alguns anos atrás, os americanos vendiam
equipamentos para o Brasil e vinham, em contrapartida, pessoas musculosas,
fortes, que nem sabiam de Educação Física, eram adestradores. E o que o
Conselho fez na oportunidade? Conseguiu evitar isso. Querem vender
equipamentos? Vão. Se trouxerem profissionais qualificados, profissionais que
tenham curso de nível superior e passando dentro daquilo que é estabelecido
pela legislação brasileira – e a legislação brasileira é muito bem constituída
–, passa, não tem problema. Hoje, nós já temos legislação nas cidades
limítrofes do nosso País, que é onde permite de um lado e de outro.
Eu quero dizer que,
recentemente, presido a Comissão do Mercosul do meu Conselho e faço parte, em
nível nacional, de uma Comissão do Mercosul que envolve os Conselhos Federais,
o Ministério do Trabalho, o Ministério da Saúde e Ministério da Educação. Se
nós não evoluirmos e começarmos a pensar que nós queremos na realidade é o bem
da população, o bem maior, nós não vamos resolver. Nós estamos trabalhando,
hoje, com uma questão ideológica, colocar goela abaixo da população a questão
dos médicos, que é uma falácia! Tenha estrutura! Primeiro, tenha estrutura!
Coloquem hospitais decentes, oportunizem que determinados locais das regiões do
nosso País tenham várias especialidades que possam para lá aglutinar. Não, isso
não é feito. Achar que um médico sozinho vai resolver, não vai resolver, vai
ser sempre uma questão mutante. E outra coisa, podem trazer dez mil médicos que
ainda não vão resolver o problema.
Portanto, eu
volto a dizer: isso é uma falácia, criem estruturas, venham de público dizer o
que querem realmente para a saúde! E aí nós poderemos fazer uma nova discussão.
Volto a dizer, o que estão tentando fazer hoje, aqui nesta Câmara, está sendo
feito e em mais de 5 mil municípios do nosso País, tentando coletar
abaixo-assinado para dizer que a sociedade está a favor do Programa Mais
Médicos. Não, a sociedade não quer e aqui nesta Casa nós também temos que ser
contra! Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Obrigado, Ver. Professor Garcia.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver.
Bernardino Vendruscolo, eu pergunto a V. Exa., por que o Ver. Engº Comassetto
ainda está em vermelho, já que a Mesa Diretora aprovou a representação do
Vereador, autor desta proposição, que está participando do Congresso das
Cidades, inclusive, sem ônus para esta Casa. Então é necessário que seja
apregoado, e faço, mais uma vez, um apelo ao conjunto dos Vereadores que esta
matéria – sempre a juízo do debate – não seja votada enquanto o Vereador
estiver em representação desta Casa. Obrigada, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Só uma pergunta: V. Exa. pode me informar se ele vai ficar muitos dias?
A SRA. SOFIA CAVEDON: A Conferência das
Cidades está na sua culminância, e o Vereador representa o Estado do Rio Grande
do Sul, ele participará de várias etapas. Hoje está numa reunião do Conselho
das Cidades, que prepara para o Congresso. Os dias eu não sei quais são, mas é
realmente uma representação importante desta Cidade.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Está bem. Solicito às lideranças que possam conversar sobre a
possibilidade do seu encaminhamento.
A Ver.ª Jussara Cony
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 160/13.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Ver.
Bernardino; Vereadores, eu até poderia transferir este momento em que venho à
tribuna para depois dessa resolução, mas há questões que aqui foram colocadas
por colegas que nos antecederam e eu acho importante aprofundar a discussão.
Para nós, do Partido Comunista do Brasil, esta questão da saúde é uma questão
ideológica, sim. Ela é ideológica, e nós não queremos escamotear, nós não
escamoteamos. É ideológica quando nós temos, no nosso País, construído pelo
povo brasileiro – e, ontem, este plenário estava cheio de pessoas discutindo no
seminário Saúde: um bem que se quer! –, o SUS, que, ainda, embora seja uma
referência nacional, não é materializado como tem que ser, nos seus princípios,
que ajudamos a construir na vida do povo brasileiro. E há uma tendência, sim,
ideológica, de privatizar o SUS, em várias cidades, em vários locais, porque é
isso, é a concepção ideológica! O SUS, a saúde é um bem social para nós. E a
saúde é um bem comercial para aqueles que historicamente se locupletaram da
saúde neste País, da doença do povo brasileiro, porque é disso que nós temos
que falar aqui. Eu fico pasma de ver isso! A nossa posição é ideológica, sim, e
nós temos que enfrentar o debate ideológico. Saúde é bem público, saúde é
política de Estado e aqui estão sendo questionados dois Estados que têm autonomia,
o Estado brasileiro e o Estado cubano. Mas eu quero saber que intervenção é
essa na gestão de acordos entre o Estado Nacional Brasileiro e o Estado
Nacional Cubano, apoiado pela Organização Panamericana de Saúde, que é um braço
da Organização Mundial de Saúde, que reconhece... Só foi falado em Cuba, mas há
acordos com Portugal, Espanha e outros países. E aí entra também a questão
ideológica de sistema capitalista, de sistema socialista. Não vamos escamotear
as coisas desta tribuna. E há muitos dados aqui para mostrar que nós temos
problemas, não só na formação de médicos, mas na formação de profissionais de
saúde em seu todo ao longo da história deste País pelos interesses de mercado,
no sentido de que nós não façamos porta de entrada a saúde pública. Aqui se
fala: “mais hospitais!” Ouvi dos mais colegas. Mais hospital e mais remédio é
doença! Atenção primária, porta de entrada, prevenção, educação para a saúde,
médicos e outros profissionais de comunidade, isso é saúde! E é por isso que
Cuba, hoje, é uma referência no mundo, porque é este tipo de saúde que é feita.
Então vamos contestar algo que a Organização Mundial de Saúde coloca para o
mundo como uma referência, inclusive, que é a saúde em Cuba, que está em ajuda
humanitária no mundo inteiro. Aqui nós não conseguimos ainda nem humanização no
SUS, exatamente porque não há essa concepção ideológica, há hegemonias, não há
concepção de equipes multidisciplinares, de acolhimento da população. Ser
referência em saúde e atenção primária na porta de entrada para trabalhar com
saúde, bem-vindos sejam! Quem diz que são explorados? Tem concepção
diferenciada, concepção de Estado nacional, concepção de Nação, concepção de
quem vai para outros países para contribuir onde os próprios formados em
universidades públicas não querem contribuir.
Ontem, foi
apresentado pelo Ministério, e eu tenho os dados, o Brasil precisa de médicos,
farmacêuticos, enfermeiros; estou falando em equipe multidisciplinar, não estou
hegemonizando apenas a categoria médica. Mas a questão dos médicos salta aos
olhos, ela é real. O Brasil precisa, porque a relação de médicos por habitantes
é de 1,8; aqui na vizinha Argentina, é de 3,2; no Uruguai, é de 3,7. Não estou
falando nem nos países da Europa! Estou falando dos nossos vizinhos. Vinte e
dois Estados estão abaixo da média nacional. Ontem, foram apresentadas as vagas
para inscrição de médicos brasileiros aqui nos Estados do Sul, e não atingiu 6%
do que precisam. São dados importantes do programa Mais Médicos, sim! Esse é um
programa que tem essa concepção ideológica. O foco da atenção tem que ser o
povo brasileiro, e o povo que está lá onde não tem, muitas vezes, um
profissional de Saúde!
Oportunismos de
eleição? O que é isso, gente? Nós já passamos há horas, pelo menos na concepção
do PCdoB, desse tipo de coisa! Isso é subestimar a capacidade de pensar do povo
brasileiro. O povo brasileiro sabe muito bem onde está o oportunismo, onde as
coisas estão acontecendo. Nós não temos Atenção Primária na cidade de Porto
Alegre à altura da necessidade do nosso povo. E estamos aqui, a COSMAM fazendo
seminário, buscando integrar essa visão dos gestores: União, Estado e
Município. Não é este ou aquele governo, mas essa concepção de que políticas de
Estado têm que ter unidade de ação e tem que ter firmeza para implementar, para
enfrentar. Inclusive, Ver. Thiago, nós somos profissionais da Saúde, a nossa
formação profissional, não para as especialidades, embora elas sejam
importantes, mas a formação para acolher; o senhor trabalha na Atenção Primária
e sabe o que é isso. Falta médico, sim! Falta concepção de Estado! Falta
firmeza, sob o ponto de vista ideológico de entender Saúde como um bem, como um
direito humano e não como um direito de mercado.
Finalizo, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, dizendo: nós não nos furtamos de aprofundar essa
questão. Ela é ideológica, política, de concepção de humanidade, inclusive de
articulações internacionais que visem o bem do mundo, que busquem a paz, que
busquem a dignidade das pessoas! Então aqui só se fala nos cubanos, nos
cubanos! Eu falo nos cubanos porque, para mim, são uma grande referência na
área da saúde, mas falemos nos portugueses, nos outros que virão para cá. E,
com certeza, vamos ajudá-los, ensiná-los muitas coisas e eles também nos
ensinarão. Vamos parar com as hegemonias e com as concepções, que sozinhos
podemos resolver as heranças...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 160/13.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, mais
uma vez, estamos aqui discutindo esse importante Programa e eu me assustei
ouvindo aqui as falas que me antecederam, Ver. Professor Garcia, Ver. Dr.
Thiago, quando chamaram o Programa de eleitoreiro. Por que eu me assustei e me
preocupei? Eu queria vir aqui transmitir a minha solidariedade a uma pessoa
desta Cidade, que é um dos maiores defensores desse Programa em todo o Brasil,
que é o Prefeito José Fortunati, que, como Presidente da Frente Nacional dos
Prefeitos, liderou um processo diferente, como aqui disse o Ver. Professor
Garcia, em que quatro mil Municípios requisitaram médicos para o Governo
Federal. Não foram meia dúzia; quatro mil prefeitos foram ao Governo Federal
pedir por médicos. Eu não creio que o Prefeito tenha feito isso por interesse
eleitoreiro. Eu quero aqui me solidarizar, mesmo sendo da oposição que, muitas
vezes, é acusada aqui injustamente de ser raivosa, de não destacar. Eu quero
destacar, sim, o papel que o Prefeito teve, porque ele sabe qual a realidade
que a periferia desta Cidade passa hoje. Ele sabe o porquê ele não consegue
colocar médico lá no Lami, lá em Belém Novo, Ver. Dr. Thiago. Por que três
médicos do Programa Mais Médicos têm que ir para Belém Novo, onde hoje ninguém
atende? Algumas vezes, até já o ouvi dizer que o senhor mesmo já teve que fazer
atendimentos por não ter médico. Será que a carreira da Fundação de Porto
Alegre não é boa? Porque o concurso foi no ano passado e não se completou, não
houve médicos inscritos para carreira de Porto Alegre, para médico público do
Município, que ganha R$ 10 mil. Tem, sim, um espaço aberto no Brasil, e eu não
sei por que isso causa tanta indignação. Se todos esses que estão indignados hoje
contra o Programa tivessem se inscrito nas carreiras dos Municípios e dos
Estados, nós não precisaríamos do Mais Médicos. Esse não é um Programa contra
os médicos do Brasil. Está errado e equivocado, sobre essa questão, quem coloca
assim. É verdade que ele não resolve o problema da Saúde Pública do Brasil – é
verdade, sim! É verdade que nós tenhamos que discutir talvez uma carreira, é
verdade, fortalecendo o SUS. Porque, na verdade, tem muita gente hoje, Ver.ª
Jussara Cony, atacando o Mais Médicos e pedindo a carreira pública, mas que
nunca levantou a voz para defender o SUS, sempre quis que, na verdade, os
planos privados regessem a Saúde deste País. Sempre lutaram para desmontar o
SUS, que não é o seu caso, Dr. Thiago – quero até expressar, nunca conversamos
sobre esse tema –, estou falando das entidades médicas, sendo bem explícito. E
eu acho tão estranho agora saírem na defesa do plano de carreira, com o qual
concordo, só que tem gente, sim morrendo, tem gente que não tem tempo para
esperar. E não é pelo PT, como o Valter Nagelstein já me adiantou que vai
trazer à tribuna; é porque nós ainda não estruturamos as 2.500 UPAs que o PT
construiu, e a Presidenta Dilma, junto com o seu partido, do Vice-Presidente
Michel Temer e de todos os cargos do PMDB no governo Federal, estruturaram o
SUS, mas ainda é totalmente insuficiente. Nós reduzimos a taxa de mortalidade
infantil; hoje ela é 20% do que era 10 anos atrás, mas ainda temos muito que
avançar. Então, assusta-me muito. Eu chego a me lembrar dos tempos das corporações
de ofício, em que as pessoas não eram autorizadas a exercer a engenharia e
outras profissões, como a própria medicina, porque alguns se diziam donos. E eu
vejo inclusive alguns liberais, filosoficamente liberais econômicos, que eu
respeito muito, Ver. Reginaldo Pujol, que sempre pregam a abertura do País, a
abertura do mercado, mas não aceitam que o País se abra para receber gente que
quer atender pobre. Que liberais são esses? Não querem o país aberto, um País
desenvolvido como os Estados Unidos, a Inglaterra, a França? Todos esses países
recebem médicos, mas, no Brasil, a elite não deixa. É isso! Por isso é
ideológica, sim, essa discussão. São os mesmos que são contra o Bolsa Família,
são contra o ProUni, são contra tudo que é programa para pobre, indignam-se por
os pobres viajarem de avião, por gente com cara de empregada doméstica exercer
a Medicina. Esse é o discurso preconceituoso, sim, que luta com tudo o que pode
contra as transformações e para que os direitos sociais não cheguem, não se expandam
para periferia e para as cidades pobres deste País. É isso que causa indignação
em alguns, é a elite brasileira que não quer que os pobres comam, tenham
médicos e emprego. É por isso que lutam, há 10 anos, contra o Governo Lula e a
Presidente Dilma, e é, sim, ideológico! E nós vamos travar esse debate este
ano, ano que vem, e vamos derrotar, novamente, o projeto neoliberal deste País,
porque nós queremos direitos sociais e direitos públicos, doa a quem doer,
mesmo que isso fira interesses. Então, eu agradeço muito essa oportunidade de
discutir este tema e fico muito feliz, porque, hoje, milhares de gaúchos estão
sendo atendidos, centenas, pelo menos, por 45 médicos, que não são cubanos –
essa não é uma discussão sobre Cuba, essa é uma discussão sobre o Brasil. Eu
acho muito bom, podemos debater Cuba, o regime do Fidel, eu tenho minhas
opiniões, mas esta é uma discussão sobre o Brasil, sobre a saúde dos
brasileiros. E os 42 médicos que estão atuando em Porto Alegre e na Região
Metropolitana, que não são cubanos, metade deles tem Mestrado, metade deles,
inclusive, tem o Revalida, e eles estão atendendo, hoje, lá em Belém, mesmo que
alguns não queiram. E é por essas pessoas que estão sendo salvas por esses
médicos... Esse programa não é contra os médicos, que tanto fazem pelo País,
mas é um programa para todos os brasileiros e brasileiras, mesmo que alguns não
gostem.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 160/13, pelo Governo.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, primeiro, eu quero manifestar o meu
repúdio, porque acho que hoje é um dia que entra na história da vergonha
nacional. É a soberana manifestação da Justiça, não há dúvida nenhuma, mas o
STF hoje conheceu os embargos infringentes, quer dizer que colocou por terra o
julgamento do mensalão, e eu tenho a impressão que, inclusive, a punibilidade
desses crimes há de prescrever, e nós teremos, mais uma vez, uma grande pizza no nosso País. Então, é
absolutamente triste e lamentável esse dia para a história pátria.
Quero dizer também, Srs. Vereadores, de que votei favoravelmente à
renovação de votação, embora tenha votado contrariamente, como novamente vou
votar, Ver. Ferronato, à Moção de Apoio aos médicos de Cuba, por uma simples
razão. Não é por eles serem de Cuba, poderiam ser do céu, ou do inferno,
poderiam ser da Índia, da China, não me importa; o que me importa é que eles
revalidassem o diploma. Porque, senão, nós podemos ter curandeiros, nós podemos
ter mágicos, nós podemos ter sapateiros, dizendo que são médicos e atendendo a
população desesperançosa, sofrida e carente, tudo numa grande demagogia.
Então, eu quero ver se consigo, rapidamente, ler um artigo do escritor,
filósofo e professor Luiz Felipe Pondé, que publica um artigo todas as
segundas-feiras, sendo que este foi do dia 2 de setembro, no jornal Folha de
São Paulo, um artigo que, no mínimo, deve nos fazer refletir (Lê.): “O PT está
usando uma tática de difamação contra os médicos brasileiros igual à usada
pelos nazistas contra os judeus: colando neles a imagem de interesseiros e
insensíveis ao sofrimento do povo e, com isso, fazendo com que as pessoas
acreditem que a reação dos médicos brasileiros é fruto de reserva de mercado
[exatamente o que o Ver. Kopittke expressou, com todo o respeito ao Vereador].
Os médicos brasileiros viraram os ‘judeus do PT’. Uma pergunta que não quer
calar é por que justamente agora o governo ‘descobriu’ que existem áreas do
Brasil que precisam de médicos? Seria porque o governo quer aproveitar a
instabilidade das manifestações para criar um bode expiatório? Pura retórica
fascista e comunista [diz o autor]. E por que os médicos brasileiros ‘não
querem ir’? A resposta é outra pergunta: por que o governo do PT não investiu
numa medicina no interior do país com sustentação técnica e de pessoal
necessária, à semelhança do investimento no poder jurídico (mais barato)? O PT
não está nem aí para quem morre de dor de barriga, só quer ganhar eleição. E,
para isso, quer ‘contrapor’ os bons cidadãos médicos comunistas (como a gente
do PT) que não querem dinheiro (risadas) aos médicos brasileiros playboys. Difamação descarada de uma
classe inteira. A população já é desinformada sobre a vida dos médicos, achando
que são todos uns milionários, quando a maioria esmagadora trabalha sob forte
pressão e desvalorização salarial. A ideia de que médicos ganham muito é uma
mentira. A formação é cara, longa, competitiva, incerta, violenta, difícil,
estressante, e a oferta de emprego decente está aquém do investimento na
formação. Ganha-se menos do que a profissão exige em termos de responsabilidade
prática e do desgaste que a formação implica, para não falar do desgaste do
cotidiano. Os médicos são obrigados a ter vários empregos e a trabalhar
correndo para poder pagar suas contas e as das suas famílias. Trabalha-se
muito, sob o olhar duro da população. As pessoas pensam que os médicos são os
culpados de a saúde ser um lixo. Assim como os judeus foram o bode expiatório
dos nazistas, os médicos brasileiros estão sendo oferecidos como causa do
sofrimento da população. Um escândalo. É um erro achar que ‘um médico só faz o
verão’, como se uma ‘andorinha só fizesse o verão’. Um médico não pode curar
dor de barriga quando faltam gaze, equipamento, pessoal capacitado da área
médica, como enfermeiras, assistentes de enfermagem, assistentes sociais,
ambulâncias, estradas, leitos, remédios. Só o senso comum que nada entende do
cotidiano médico pode pensar que a presença de um médico no meio do nada ‘salva
vidas’. Isso é coisa de cinema barato. E tem mais. Além do fato de os médicos
cubanos serem mal formados, aliás, como tudo que é cubano, com exceção dos
charutos, esses coitados vão pagar o pato pelo vazio técnico e procedimental em
que serão jogados. Sem falar no fato de que não vão ganhar salário e estarão
fora dos direitos trabalhistas. Tudo isso porque nosso governo é comunista como
o de Cuba. Negócios entre ‘camaradas’. Trabalho escravo a céu aberto e na cara
de todo mundo. Quando um paciente morre numa cadeira porque o médico não tem o
que fazer com ele (falta tudo a sua volta para realizar o atendimento prático),
a família, a mídia e o poder jurídico não vão cobrar do Ministério da Saúde a
morte daquele infeliz. É o médico – Dr. Fulano, Dra. Sicrana – quem paga o
pato. Muitas vezes a solidão do médico é enorme, e o governo nunca esteve nem
aí para isso. Agora, ‘arregaça as mangas’ e resolve ‘salvar o povo’. A
difamação [como vimos aqui na tribuna] vai piorar quando a culpa for jogada nos
órgãos profissionais da categoria, dizendo que os médicos brasileiros não
querem ir para locais difíceis, mas tampouco aceitam que o governo ‘salvador da
pátria’ importe seus escravos cubanos para salvar o povo. Mais uma vez, vemos
uma medida retórica tomar o lugar de um problema de infraestrutura nunca
enfrentado. Ninguém é contra médicos estrangeiros, mas por que esses cubanos
não devem passar pelas provas de validação dos diplomas como quaisquer outros?
Porque vivemos sob a égide de um governo autoritário e populista. Muito
obrigado”.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 160/13.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr. Presidente, Bernardino, eu fico pasma, chocada, surpresa com o que
eu escuto em defesa deste projeto Mais Médicos. Ora, basta uma olhada nestas
fotografias aqui. (Mostra fotografias.) É uma pena que não se possa ampliar
para todos os senhores assistirem o que é a falta de estrutura dos hospitais do
Brasil. Não são médicos que estão faltando! O que falta é investimento, é
gerenciamento na saúde! E eu me atrevo a dizer que a pena de morte já existe no
Brasil. As pessoas morrem nas filas por falta de estrutura, por falta de
condições. Eu não sou médica, mas tenho médicos na família. Vou ler aqui – como
jornalista gosto muito de recolher materiais, de ler, de pesquisar – para os
senhores e senhoras e para aqueles que nos assistem pela TVCâmara um texto de
quem eu considero um grande conhecedor da Medicina, Drausio Varella. (Lê.): “A
saúde no Brasil padece de dois grandes males: falta de dinheiro e gerenciamento
incompetente. Atribuir a responsabilidade pelo descaso com o SUS à simples
falta de médicos é jogar areia nos olhos do povo descontente. [Vou mais fundo.]
Estes dependem de profissionais motivados, com carreiras no serviço público,
bem estruturadas, unidades de saúde aparelhadas, hospitais equipados e
administrados sem corrupção ou ingerências políticas. Essa Medicina de pés
descalços, no entanto, é incapaz de resolver problemas mais complexos. Estes
dependem de profissionais motivados. [Como já citei; agora, vamos lá.] Os
especialistas calculam que no Brasil faltem [prestem bem atenção, não são
médicos] 70 mil leitos hospitalares. Estamos vergonhosamente despreparados para
atender à demanda das enfermidades responsáveis pela maioria dos óbitos,
ataques cardíacos, cânceres, diabetes, obesidade, derrames [enfim, uma série de
coisas que todos nós sabemos].” Basta ir num hospital, basta conhecer um
pouquinho a Saúde brasileira para saber que o que está faltando aqui é
investimento na Saúde, é gerenciamento competente e qualificado.
Outra questão que eu também queria abordar aqui,
pois fiquei muito impressionada quando li o material, é que, de acordo com o
programa Mais Médicos, o Revalida não será exigido de profissionais que optarem
pelo registro temporário e que vão ocupar vagas remanescentes na contratação do
Governo para atendimento em regiões com déficit de profissionais da Saúde. Eu
não entendo mais nada! Quer dizer que daqui para fora, saiu do Brasil, lá nós
precisamos mostrar tudo, precisa fazer inclusive quase que uma faculdade para
poder atuar na Medicina. Mas aqui é Brasil, é a casa da mãe joana, todo mundo
vem, faz, basta uma vontade política e a coisa funciona.
Ora, sinto muito, senhoras e senhores, eu me
considero uma pessoa bem informada: esse programa é, sim, um programa
eleitoreiro! Eu não estou aqui para agradar este ou aquele, estou aqui para
seguir a minha consciência, conforme as minhas convicções. O que falta no
Brasil é investimento. Se usassem esse dinheiro para investir na estrutura
hospitalar, nós não estaríamos vendo esse verdadeiro caos na saúde brasileira e
a pena de morte acontecendo aí.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 160/13.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; eu
queria, com muita tranquilidade, vir debater a moção que defende solidariedade
aos médicos estrangeiros do programa Mais Médicos. Eu faço isso com muita
tranquilidade, defendendo favoravelmente a moção de autoria do Ver. Engº
Comassetto, sendo da oposição ao Governo Dilma, e, inclusive tendo a
compreensão de que esse programa, de fato, não trata dos problemas graves que
temos na saúde, que são a defesa de uma saúde pública, mais investimento na
saúde – porque, afinal, menos de 4% do Orçamento do Governo Federal vai para a
saúde, e não os 10% que nós queríamos com a Emenda Constitucional nº 29. Os
Municípios, na prática, gastam mais, percentualmente, do que o Governo Federal.
E, ao mesmo tempo, sobra dinheiro para pagar a dívida pública com os grandes
banqueiros e com grandes empresários do Brasil, dívida que nunca foi auditada,
e é uma forma de o capitalismo se apropriar dos recursos públicos do nosso
Brasil, uma crítica de esquerda ao Governo da Dilma, que fazemos
sistematicamente ao longo dos últimos anos. Mas eu confesso a vocês que muitas
vezes me parece esquizofrênico o debate aqui na Câmara, porque vieram até a
tribuna partidos que são da base do Governo Dilma. Nosso partido não é da base
do Governo Dilma! Nós criticamos a falta de investimentos na saúde pública e
essa lógica de transformar um projeto no projeto que vai resolver os problemas
da saúde no nosso Município e no nosso Brasil e não irá resolver. Não irá,
porque é insuficiente perto das demandas que a saúde precisa, da melhoria do
gerenciamento, de mais recursos para ter mais profissionais, é verdade, porque
faltam médicos, Ver.ª Mônica Leal, faltam médicos especialistas, faltam médicos
generalistas. Em Porto Alegre nem metade da Cidade é atendida pelo Programa de
Saúde nas Famílias, porque faltam médicos nas equipes. Mas também faltam
técnicos de enfermagem, faltam nutricionistas, falta investimento nos
profissionais da área da saúde e equipes mais completas. O que me estranha é
que muitos partidos na hora de terem cargos no governo são parte do governo, e,
na hora de debaterem os projetos, são contra os projetos. O PP é da base do
Governo Dilma; o PMDB é o Vice-Presidente da Dilma; o PDT faz parte da base do
Governo... E quando, na nossa opinião, se compõem um governo, tem que ter
acordo programático com o governo, por isso não compomos o Governo Dilma, nem o
Governo Tarso, nem o Governo Fortunati. Simples assim! Por isso não compomos,
porque não temos acordo ideológico. Nós sabemos que esses partidos em muito têm
acordo ideológico e criticamos sistematicamente a incorporação do PT ao modus operandi do regime, do balcão sujo
dos negócios no Congresso, das emendas, da troca de cargos como moeda de troca,
da dívida que não é questionada, não ter avançado sobre as grandes fortunas,
não combateu o capitalismo financeiro.
Agora, eu acho que o debate tem que ser sincero
aqui entre nós, porque a moção é muito clara: solidariedade aos médicos
estrangeiros. Eu sou solidária aos médicos estrangeiros que estão vindo para o
Brasil. Acho uma pena que não tenha havido médicos brasileiros suficientes que
tenham se inscrito no Programa para ir para o Interior, mas, de qualquer
maneira, a todos os médicos estrangeiros que estão vindo ao Brasil, eu sou
solidária. Que sejam muito bem-vindos, sejam muito bem tratados e, lutando
conosco, consigam melhores condições para a saúde pública, porque de fato
faltam condições na saúde pública, faltam condições nos hospitais. Concordo!
Mas falta investimento, porque o Governo prefere privatizar o atendimento de
saúde, fazendo com que convênios privados, assim como o
Governo Fortunati.
Eu quero dizer, e me
parece que é importante nesta discussão, que este debate me parece, sim, um
debate ideológico, porque eu não vejo os Vereadores falando dos médicos
portugueses, dos médicos espanhóis. Não vejo falando: “Que horror, o médico
espanhol vem e não tem o Revalida para o médico espanhol”. O problema são os
médicos cubanos que têm uma outra compreensão de saúde, e não é à toa que os
índices de mortalidade infantil em Cuba são bem menores que os do Brasil, bem
menores! Que não existe analfabetismo e o sistema de saúde é considerado um dos
melhores do mundo. Independente do que se pense, me parece uma crítica
ideológica, assim como fizeram aquelas médicas em Fortaleza que esperaram os
médicos cubanos chegar chamando-os de escravos, mandando-os voltar para Cuba e
falando horrores. Isso é xenofobia, racismo! Diz uma médica no seu Twitter: “As
médicas em Cuba parecem empregadas domésticas”. Que coisa mais racista de um
povo que não é acostumado aos negros e negras se empoderando, de um povo que
não é acostumado a ter médicos negros, dentistas negros, professores negros, de
uma raiz histórica como a nossa que não reparou em nada a barbárie que foi a
escravidão no nosso País e que reproduz destilando um preconceito hipócrita,
hipócrita e absolutamente racista! Condenável porque xenofobia e racismo,
destilar preconceito tem que ser condenável para todos nós! Ao mesmo tempo,
temos que apoiar esses médicos estrangeiros que chegam; que sejam bem-vindos!
Nós somos solidários, sim, aos médicos estrangeiros, sabendo que o Programa
Mais Médicos está muito longe de responder os problemas de saúde do nosso País.
Mas eu esperava que a base do Governo Dilma tivesse um pouco mais de coerência!
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. DR. THIAGO (Requerimento): Eu pediria à
Ver.ª Fernanda que ela esclarecesse direitinho a quem são essas declarações. Se
são às pessoas que “principiologicamente” são contra o projeto, ou a quem são,
porque, senão, fica no ar e parece que todos nós que somos contra o Mais
Médicos – e eu me coloco neste grupo – temos esse perfil todo que ela acabou de
falar.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Muito bem colocado, Ver. Dr. Thiago.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Presidente
Bernardino, eu acho que fui muito clara na tribuna, mas, se é necessário, eu
respondo aos Vereadores. Eu acho uma vergonha o que as entidades médicas
fizeram no aeroporto de Fortaleza recepcionando os médicos cubanos com uma
posição clara de xenofobia e de racismo. Acho, sim, que nesta Câmara há pessoas
com uma posição ideológica contra o projeto porque falam contra os médicos
cubanos, mas não falam dos médicos portugueses e espanhóis que estão também
vindo para o Brasil com o Programa Mais Médicos. Foram essas duas colocações que
eu fiz na tribuna, além de várias outras. As notas taquigráficas estão à
disposição.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Assim como o Dr.
Thiago questionou, caberia a discussão. O Ver. Valter disse que todos que
defendem são nazistas, o que também não é o caso, obviamente como todos nós
sabemos.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Muito obrigado pela colaboração dos colegas. Estamos indo muito bem.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Mario Fraga e outros, o Requerimento nº 160/13. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADO por
11 votos SIM e 07 votos NÃO.
O SR. DR. THIAGO (Requerimento): Solicito o
espelho da votação.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Não há dúvidas. V. Exa. pode pedir ali ao lado, porque está disponível a
qualquer um dos Srs. Vereadores.
O
Ver. Clàudio Janta está com a palavra para a leitura da sua Declaração de Voto
O SR. CLÀUDIO JANTA: (Lê.): “Eu não votei
contra médico cubano, mas sim porque hoje são os médicos que o Governo está
trazendo, amanhã, provavelmente, serão os dentistas, fisioterapeutas,
soldadores, professores, e isso está tirando a obrigação do Governo Federal, do
Governo Estadual, do Governo Municipal de investir na qualificação profissional
e na educação no nosso País. Eu acho que não é somente trazer os profissionais.
O Governo tem que investir muito na educação e, principalmente, usar as
universidades públicas federais, onde as pessoas se formam com o dinheiro
público, e prestar serviço público à Nação brasileira e ao nosso povo
operário”.
O SR. IDENIR CECCHIM (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Idenir Cecchim. (Pausa.) (Após o fechamento do
painel eletrônico.) Dezesseis Vereadores presentes. Não há quórum para
prosseguirmos na Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo – às 18h28min): Encerrada a Ordem do Dia.
O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Bernardino, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
público ainda na galeria, público que nos assiste pela TVCâmara, neste momento,
uso a Liderança do Governo, nesta Sessão Extraordinária, pois na nossa Bancada,
liderada pelo Ver. Márcio Bins Ely, nós temos o rodízio de Liderança. E
agradeço aos meus dois colegas que estão aqui em Plenário, o Ver. Clàudio Janta
e o Ver. Delegado Cleiton, para relatar alguns assuntos do meu bairro e do meu
mandato.
(Aparte
antirregimental dos Vereadores João Derly e Jussara Cony.)
O SR. MARIO FRAGA: Não, a Ver.ª Jussara
Cony e o Ver. João Derly entenderam outra coisa, eu falei, porque eu pedi
licença para os Vereadores da minha Bancada.
(Aparte
antirregimental dos Vereadores João Derly e Jussara Cony.)
O SR. MARIO FRAGA: Não, tem bastante,
há muitos Vereadores ainda no plenário. A esta hora, Ver.ª Jussara, 18h30min,
ainda temos bastantes Vereadores aqui, tanto é que estamos falando. Foi uma
Sessão longa, mas até para falar que, hoje, Porto Alegre avançou no projeto do
Executivo e avançou, junto com todas as bancadas. Quase que todas as bancadas
de oposição e de situação votaram no projeto da inovação tecnológica para o
Município de Porto Alegre.
Eu volto a afirmar e
a dar os parabéns à Secretária Deborah
Villela e à sua equipe que estiveram toda a tarde aqui em um debate que se
estendeu por quase quatro horas, aqui, nesta Casa, e, no fim, foi aprovado o
Projeto. Volto então à minha região para agradecer.
Hoje, Ver. Delegado
Cleiton, que deve passar lá daqui a pouco, na Av. Juca Batista, em que tanto eu
e o Ver. Paulinho temos falado aqui, nós conseguimos que a Secretaria Municipal
de Obras e Viação amanhecesse naquela parte da Ponte da Guabiroba – Ver.
Delegado Cleiton, que V. Exa. conhece tão bem –, que não tem jeito. Há uma
chuva, há uma enchente, e entra água nas casas. Então hoje de manhã o
Secretário Mauro Zacher determinou que o pessoal da SMOV fosse para lá, onde
passaram o dia todo. O meu pessoal estava à tarde também, o meu Gabinete itinerante,
através da nossa coordenadora Eliane Labatut, e o pessoal da SMOV também estava
lá. Então quero fazer esse agradecimento e esse registro, porque é uma luta
principalmente nossa, Vereadores do Extremo-Sul, da Av. Juca Batista, antes da
Ponte da Guabiroba, que sempre é bem complicado. Logo que dá uma chuva, mesmo
que a chuva não seja tão forte, ali é bem complicado.
Também queremos falar
que estivemos visitando a Escola Tancredo Neves, mais uma vez, que está
esperando... Ver. Mauro Pinheiro, talvez eu tenha que solicitar a V. Exa. para
nos ajudar e, quem sabe, até fazer uma CPI da Escola Tancredo Neves, só que não
podemos fazer porque é Estadual. A Escola está abandonada, o prédio, há quase
dez anos, Ver. Mauro. Eu já solicitei um pedido de ajuda à Ver.ª Sofia, e ela
já tentou me ajudar, mas agora já estamos quase chegando ao fim do ano e nós
não conseguimos... A Escola Estadual Tancredo Neves, que tinha oito salas de
aula, há quase quatro anos, funciona com apenas quatro salas de aula. Então eu
queria deixar esse aviso aqui, esse pedido à Bancada do PT, mesmo eu fazendo
parte, com o PDT, no Governo Estadual, nós não temos conseguido avançar. E
tenho sido cobrado bastante – já que as redes sociais estão aí –, porque eu
estive lá, visitei em março, falamos com o Secretário Substituto da Secretaria
de Educação, em uma audiência que nós conseguimos com a Ver.ª Sofia Cavedon. E,
desde março, agora já estamos no fim de setembro, não conseguimos avançar, e
vamos entrar no fim do ano, mais um ano, talvez, sem o início da nova escola. E
lá no Loteamento Chapéu do Sol, pelo contrário, a Escola Chapéu do Sol, uma
escola municipal, tem funcionado muito bem. Estivemos lá nessa semana e vamos
usar a praça, que é uma praça pública, de futebol 7, e esportes, estamos montando
com os moradores de lá uma escolinha para aquelas crianças que estudam na
Escola Chapéu do Sol. Vamos fazer, nas sextas-feiras, nos dois turnos. No turno
da manhã para quem estuda à tarde e, no turno da tarde, para as crianças que
estudam pela manhã. Então, a partir do mês de outubro, se Deus quiser,
estaremos implementando esse projeto, pois, na verdade, nessa vida a gente não
inventa nada, mas tudo se copia. E eu posso dizer que o Ver. Tarciso já faz
esse projeto na cidade, que é uma escolinha nos campos de futebol e também é um
projeto da Secretaria Municipal de Esportes, desde o tempo do nosso colega,
Ver. João Bosco Vaz. Isso serve para mim, serve para o Ver. Tarciso e serve
para todos os Vereadores. E eu quero fazer lá em Belém, na Vila da Amizade, na
Vila Farrapos também, estou procurando moradores para que nos apoiem e
consigamos dar o equipamento, as bolas, as camisetas e as redes para as
goleiras de futebol. Então, mais uma vez, agradeço a Bancada do PDT, que é
composta pelo Ver. Clàudio Janta, Ver. Delegado Cleiton, Ver. Nereu D’Avila,
Ver.ª Luiza Neves, e eu, Ver. Mario Fraga, e o Líder, Ver. Márcio Bins Ely.
Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Apregoo a Emenda nº 05 ao Substitutivo nº 01 ao PLE nº 038/12, que
trata do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre,
projeto que possivelmente votaremos na semana que vem.
Apregoo o
Memorando nº 006/2013 (Lê.): “Informamos que, por deliberação dos vereadores
que assinam abaixo, a Liderança da Bancada do PTB será exercida pelo Vereador
Cassio Trogildo; tendo como vice-líder o Vereador Alceu Brasinha, e 2º
vice-líder o Vereador Elizandro Sabino. Assinam o Vereador Elizandro Sabino,
Líder da bancada do PTB; Vereador Alceu Brasinha, Vice-líder da bancada do PTB;
Vereador Paulo Brum; e Vereador Cassio Trogildo”.
Agradecemos a todos,
e estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 18h36min.)
* * * * *